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A DESPEDIDA | Crítica do filme


Filmes que tratam a perda e o drama familiar acabam sendo produções que atraem o público e ultimamente grandes estrelas de Hollywood ao brincarem com as emoções do espectador desde o início. Em A Despedida (Blackbird) temos um filme pesado no melodrama, mas leve na execução, essencialmente feito pelo excelente elenco montado pelo diretor Roger Michell.

A trama do longa é centrada em Lily, personagem vívida por Susan Sarandon que acha uma tarefa árdua fazer algo tão simples como sair da cama e se preparar para o mais preguiçoso dos dias e o motivo da luta de Lily logo fica aparente, ela tem esclerose lateral amiotrófica (ELA) e em uma tentativa de evitar sucumbir à doença e entrar em estado vegetativo, ela decide que o fim de semana em questão será o último. O marido Paul (Sam Neill) está relutantemente a bordo, assim como a melhor amiga de longa data Liz (Lindsay Duncan), mas as filhas Jennifer (Kate Winslet) e Anna (Mia Wasikowska) precisam de um pouco mais de convicção de que Lily terminou sua vida em tal maneira e saber se teve algo bom ou ruim será colocado em pauta.

Reunir todos para um último fim de semana é feito com a melhor das intenções, mas como parece ser tradição em filmes desse gênero, as disfunções familiares vêm à tona. Segredos surgem e aspirações são reveladas quando Lily opta por um natal em família, o que significa que está refeição final é mais agressiva do que festiva, já que a controladora Jennifer e a instável Anna revelam seus verdadeiros sentimentos em relação às escolhas da mãe de ambas.

Embora o roteiro escrito por Christian Thorpe nunca passe acima da expectativa, é uma vantagem para A Despedida explore seus talentos confiáveis ​em tela, e aqui temos boas atuações de Sarandon, Winslet, Wasikowska e Neill. Fora ainda que podemos mencionar Rainn Wilson e Bex Taylor-Klaus são ótimas surpresas e elevam constantemente o material à medida que abrange uma familiaridade estereotipada. 

Todos eles se inclinam para arquétipos, com sendo Paul tão agradável que Neill praticamente desaparece na tela e Jennifer está terrivelmente tensa que é difícil para Winslet despertar muita simpatia de nós como público, pois ficou até difícil identificar que era a própria atriz em certas ocasiões mas ambos conseguem interpretar seus personagens da melhor maneira possível e isso fica preso no que o roteiro desenvolve para seus personagens. Porém, os melhores momentos de A Despedida acabam sendo os mais silenciosos e o relacionamento de Lily com o filho de Jennifer (Anson Boon) é o mais forte e mais crível retratado.

No geral, a produção é um raro exemplo de ternura que permite que seu elenco talentoso se afaste de arquétipos cheios de clichê em um longa de 90 minutos com emoções elevadas, o que torna a produção experimental e até reconfortante com seus momentos fundamentados em que a família se encontra com a verdade de Lilly.

Nota: 3,5/5



Trailer:

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