O MATEMÁTICO | Crítica do filme
O roteiro de Klein detalha como Ulam, que fugiu da Europa e
veio para a América com seu irmão mais novo Adam (Mateusz Wieclawek) na década
de 1930, passou de uma carreira acadêmica para um emprego em Los Alamos, Novo
México, trabalhando em um projeto secreto para o governo dos EUA, tentando
derrotar os alemães para criar as primeiras bombas atômicas.
O filme também fala de seu casamento com a estudante
francesa Françoise (Esther Garrel) e sua amizade com o colega cientista do
Projeto Manhattan, John von Neumann (Fabian Kociecki), com quem ele iria ajudar
a desenvolver avanços importantes na tecnologia da computação. Outro fato
importante retratado na produção é sua rivalidade profissional com Edward
Teller (Joel Basman), que teve impulso vociferante para criar armas nucleares que
conflitavam com o questionamento moral de Ulam.
Enquanto J. Robert Oppenheimer (interpretado por Ryan Gage
em um breve papel) é a pessoa mais famosa por trás desses experimentos, o
próprio Ulam é uma figura dramática interessante devido a seus conflitos
internos, o que faz do longa mostrar que nosso protagonista não é nem um herói e
muito menos um vilão, mas sim um homem brilhante e conflituoso que fica
encarregado de ajudar a criar algo que poderia potencialmente acabar com o
mundo. Em seus momentos mais fortes, o filme luta com a questão filosófica de que
Ulam deveria usar seu intelecto para ajudar a aperfeiçoar uma arma que seria
usada para matar inúmeras pessoas no Japão, embora reconheça que se ele não
fizesse os cálculos, alguém certamente teria.
A maior falha do filme de Thor Klein, por mais intrigante
que seja às vezes, é que ele parece um modelo subdesenvolvido no geral. A
história continua avançando no tempo por meses e até anos, mas não nos revela
as datas na tela para orientar o espectador para dizer onde estamos. O filme
tem 1 hora e 40 minutos de duração e essa estrutura básica impede que seja um
retrato ainda mais complexo de seu tema, pois um enredo paralelo envolvendo
Ulam tentando ajudar sua irmã e seus pais a fugir da Polônia parece particularmente
subdesenvolvido, assim como a caracterização de seu irmão Adam.
A produção abrange eventos históricos como a Segunda Guerra
Mundial, o Holocausto, os testes da bomba Trinity e o bombardeio de Nagasaki e
Hiroshima, mas todos eles são mantidos fora da tela. Em vez disso, o filme se
desenrola principalmente como uma série de conversas sobre esses tópicos, o que
não é uma abordagem ruim por si só. O diálogo às vezes é um pouco exagerado,
mas outras cenas são bastante eficazes, já que Klein faz um bom trabalho em
encenar algumas conversas morais envolventes sobre o uso das bombas que esses
homens ajudaram a criar. Alguns dos relacionamentos e outras figuras retratadas
no filme poderiam ter sido mais elaborados, e os elementos da história parecem apressados.
Stan Ulam é um talentoso matemático judeu polonês de 30 anos, cuja vida se complica quando ele perde a bolsa em Harvard. Porém, seu melhor amigo oferece um emprego misterioso que o leva ao Novo México junto com a nova esposa.
Nenhum comentário