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O MATEMÁTICO | Crítica do filme



Escrito e dirigido pelo cineasta alemão Thor Klein O Matemático é um longa biográfico que retrata a vida de Stanislaw Ulam (Philippe Tlokinski), um imigrante polonês-judeu que trabalhou no Projeto Manhattan e foi um dos cientistas que ajudaram a desenvolver a bomba de hidrogênio.

O roteiro de Klein detalha como Ulam, que fugiu da Europa e veio para a América com seu irmão mais novo Adam (Mateusz Wieclawek) na década de 1930, passou de uma carreira acadêmica para um emprego em Los Alamos, Novo México, trabalhando em um projeto secreto para o governo dos EUA, tentando derrotar os alemães para criar as primeiras bombas atômicas.

O filme também fala de seu casamento com a estudante francesa Françoise (Esther Garrel) e sua amizade com o colega cientista do Projeto Manhattan, John von Neumann (Fabian Kociecki), com quem ele iria ajudar a desenvolver avanços importantes na tecnologia da computação. Outro fato importante retratado na produção é sua rivalidade profissional com Edward Teller (Joel Basman), que teve impulso vociferante para criar armas nucleares que conflitavam com o questionamento moral de Ulam.

Enquanto J. Robert Oppenheimer (interpretado por Ryan Gage em um breve papel) é a pessoa mais famosa por trás desses experimentos, o próprio Ulam é uma figura dramática interessante devido a seus conflitos internos, o que faz do longa mostrar que nosso protagonista não é nem um herói e muito menos um vilão, mas sim um homem brilhante e conflituoso que fica encarregado de ajudar a criar algo que poderia potencialmente acabar com o mundo. Em seus momentos mais fortes, o filme luta com a questão filosófica de que Ulam deveria usar seu intelecto para ajudar a aperfeiçoar uma arma que seria usada para matar inúmeras pessoas no Japão, embora reconheça que se ele não fizesse os cálculos, alguém certamente teria.

A maior falha do filme de Thor Klein, por mais intrigante que seja às vezes, é que ele parece um modelo subdesenvolvido no geral. A história continua avançando no tempo por meses e até anos, mas não nos revela as datas na tela para orientar o espectador para dizer onde estamos. O filme tem 1 hora e 40 minutos de duração e essa estrutura básica impede que seja um retrato ainda mais complexo de seu tema, pois um enredo paralelo envolvendo Ulam tentando ajudar sua irmã e seus pais a fugir da Polônia parece particularmente subdesenvolvido, assim como a caracterização de seu irmão Adam.

A produção abrange eventos históricos como a Segunda Guerra Mundial, o Holocausto, os testes da bomba Trinity e o bombardeio de Nagasaki e Hiroshima, mas todos eles são mantidos fora da tela. Em vez disso, o filme se desenrola principalmente como uma série de conversas sobre esses tópicos, o que não é uma abordagem ruim por si só. O diálogo às vezes é um pouco exagerado, mas outras cenas são bastante eficazes, já que Klein faz um bom trabalho em encenar algumas conversas morais envolventes sobre o uso das bombas que esses homens ajudaram a criar. Alguns dos relacionamentos e outras figuras retratadas no filme poderiam ter sido mais elaborados, e os elementos da história parecem apressados.

No geral, O Matemático funciona como um filme biográfico decente que lida com alguns tópicos históricos importantes e que continuam a ter relevância moderna, o longa nos apresenta um bom desempenho de Tlokinski, que é complementado por um design de produção bonito que captura o período de tempo de forma bastante fiel, fora ainda que a boa direção de fotografia de Tudor Vladimir Panduru, que acaba nos encantando com uma ambientação bastante charmosa de um período que gerará a curiosidade por muitos anos.

Nota: 3/5

Sinopse:

Stan Ulam é um talentoso matemático judeu polonês de 30 anos, cuja vida se complica quando ele perde a bolsa em Harvard. Porém, seu melhor amigo oferece um emprego misterioso que o leva ao Novo México junto com a nova esposa.


Trailer:




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