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PARASITA | A brutalidade da sobrevivência na pirâmide social (Crítica)

Parasita (Parasite em inglês) é mais uma obra de arte onde podemos refletir muito sobre nossas vidas (pelo menos a minha eu reflito, rs!). De começo nem pesquisei sobre o filme, mas sim sobre o diretor, e particularmente eu esperava ver um filme de terror com muito sangue (que me surpreendeu…rs), que infelizmente não teve muito sangue, mas temos mortes surpreendentes (fica a dica!).

Continuando a minha viagem ao filme, e já digo – “Realmente somos um parasita!”, pois fazemos cada coisa para alcançar certos objetivos. As reflexões mais aparentes que o filme nos mostram são: – O que as pessoas são por trás da aparência? (Os riquinhos) Até que ponto elas podem chegar para alcançar novos patamares na vida ou para manter o status alcançado? Um filme que tem a assinatura de um grande realizador, o diretor Bong Joon Ho.

Toda via, ele nos apresenta uma história que não é óbvia e que tem diversos momentos surpreendentes. Além disso, Parasita se revela diferenciado ao tratar de questões sociais com uma boa dose de humor e violência. Um filme que te instiga e que fará você pensar. Roteiro envolvente, muitas passagens fotográficas de uma Coreia do Sul que muitos só imaginam em desenhos, achei o elenco muito talentoso. Explorando muito bem o ambiente da família Kim (família que tenta dar o golpe do ano) quanto o da família Park (família de ricos que seguem os padrões da Coreia), fazendo aqui o filme se destacar por esses conjuntos.

(Cena do filme ‘Parasita’ / Pandora Filmes/CJ Entertainment)

Vamos ao que interessa, falar do filme que desbancou todo mundo e levou a “Palma de Ouro”. Por indicação de um primo, Ki-woo é o primeiro da família Kim a se aproximar dos ricos da família Park. Ele logo enxerga na extravagância e no esnobismo dos Park uma chance de emplacar outras pessoas da família naquela realidade (super mega plano sinistro, tipo parasita mesmo, aquele sangue suga que nós conhecemos). Aí começa toda a incorporação da família Kim para o golpe do ano. Os primeiros são os irmãos que conseguem os seus empregos, e a família já começa a se alimentar melhor e a pagar as contas básicas da casa. A ganância acaba falando mais alto, pois eles veem nos Park a família rica perfeita para eles “darem o golpe” (justamente nesse ponto é que os Kim começam a se perder).

A parte inicial do filme é divertida ao mostrar como a família Kim consegue dar a volta por cima ao se aproximar e “conquistar” os Park. Mas numa certa noite onde os Park vão viajar para acampar os Kim invadem a casa, até o momento que o interfone toca… Ai lascou tudo!! – rsrs. Eles descobrem que a antiga governanta também dava um golpe e escondia o esposo em uma sala secreta. Ao invés de se unirem, a competição entre eles toma uma outra proporção. Parasita se transforma então como minha mãe dizia, “Um Deus nos acuda”.

Quando os Park avisam que estão voltando para casa, porque o acampamento estava alagado, toda a resolução tem que ser apressada. O desespero, com certa dose de violência, entra em cena. As escolhas dos Kim acabam levando para uma escalada de violência que termina de forma visceral. A família Kim acaba lembrando das suas dificuldades e adotam gestos desesperados. Mas não são apenas eles que se revelam um pouco diferente do que vemos inicialmente. O casal Park também não é aquela “bondade toda” ou têm toda a ingenuidade que inicialmente eles parecem demonstrar. Quando o pai bem-sucedido da família Park, o senhor Dong-ik fala do cheiro característico de Ki-taek, ele demonstra todo o seu desprezo por estas pessoas do “povo” – isso fica claro quando ele diz que o cheiro do novo motorista é como o das pessoas do metrô. Yeon-kyo também não se mostra tão boazinha e inocente ao compartilhar dos comentários do marido.

(Cena do filme ‘Parasita’ / Pandora Filmes/CJ Entertainment)

De forma inteligente, Bong Joon Ho ainda questiona e/ou brinca com um dos gêneros de terror clássicos do cinema. Para ele, fantasmas não existem. O mal está nos atos humanos, motivados por cobiça, ganância e pela loucura. O terror vem daí, assim como da falta de empatia e da incapacidade dos ricos em enxergarem o que não faz parte do seu mundo. Tudo isso com uma direção perfeita, um roteiro impecável e um elenco talentoso que fazem deste filme uma produção muito acima da média. Para não dizer que o filme é perfeito, acho que ele tem alguns exageros.

E isso ao meu ver torna o longa acima da média e que reforça o talento de Bong Joon Ho em contar histórias. O filme é envolvente, bem narrado onde mistura drama e humor antes de cair na parte mais “tenebrosa” da história, juntando tudo isso causa impacto e te faz pensar nas reações humanas. Eu gostei do filme e espero que gostem também.


Trailer:


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