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DEATH NOTE | Na mais profunda escuridão, troquei votos de revolução (Crítica do anime)

Enganei vocês não foi. Pois é eu não ia perder essa oportunidade. Sem dúvida o que vou resenhar é uma das obras mais importantes desse século. Dividiu opiniões. Influenciou até a política mundial. Um nome apenas para relegar todos os criminosos a total escuridão. Kira.

Misturando noir, Tom e Jerry, pulp, terror e muito suspense, foi criada uma das maiores histórias de detetive desde Conan Doyle, sendo tão profunda como H.P. Lovecraft e Edgar Alan Poe. Um verdadeiro clássico moderno, apolítico, atemporal, lascivo e insubstituível.

Sou suspeito pra falar, primeiro por que sou fã dessa série em anime, e segundo por que somente eu a assisti completa 3 vezes. Não é brincadeira, estamos falando do maior mangá policial da história. Death Note (デスノート, (Desu Nōto), Madhouse, Tsugumi Ohba e Takeshi Obata, Toshiki Inoue, 2006), que acabou sendo adaptado para uma popular série em anime.

Uma série que zomba do politicamente correto

Bora a história que acredito que muitos já conhecem. Ryuk é um deus da morte. Um shinigami. E se sentia entediado com a sua imortalidade. Em uma decisão, Ryuk deixa cair um caderno preto com as iniciais “Death Note” no mundo dos humanos.

Em contrapartida, um outro personagem também sentia profundo tédio. Seu nome é Light Yagami, o maior aluno do Japão. Um prodígio, popular e considerado por seus pares um gênio. Light não aceita o mundo moderno, cheio de corrupção e crimes e se pergunta todos os dias o que ele poderia fazer para criar um mundo perfeito.

Light, um protagonista estrategista, genial, egoísta e muitas vezes cruel.

Seria praticamente improvável que esses dois um dia se encontrassem, mas aconteceu. Light pegou o caderno de Ryuk, e após um delinquente de sua escola roubar um grupo de alunos e Light anotar seu nome no caderno, o mal acontece. Morto por um mal súbito apenas 10 segundos após ter sido escrito no caderno, faz com que Light e Ryuk se vejam pela primeira vez.

A partir daí Ryuk que parecia assustador a Light no início, fica sabendo de sua ambição, através da limpeza dos criminosos do mundo, Light planejava se tornar o novo deus. Ryuk adorou a idéia e fez de tudo para ajudar pelo menos no inicio o plano do estudante, Light começou a exterminar um a um todos os criminosos das prisões, revezando com o tempo que era apenas um estudante brilhante do ensino médio. O seu trabalho começou a atrair a atenção das forças policiais federais do mundo todo. E uma tv japonesa, a Sakura TV se aproveita da polêmica e lança o nome Kira (matador em japonês), aproveitando também e criando um culto messiânico. O plano de Light tinha funcionado.

Lawliet. Ao contrário que se pensa não muito diferente de Light. Teimoso, genial e obcecado, quer deter Kira custe o que custar.

Desse ponto em diante com a aparição do maior detetive do mundo, L, que expõe a verdadeira natureza de Kira, começa o maior jogo de gato e rato da história. Um verdadeiro duelo de gigantes entre Lawliet e Light se inicia, e complicações e reviravoltas bruscas são inseridas a cada episódio.

Vale destacar também a waifu de Light, a celebridade Misa Amano, que possui seu próprio caderno dado por Rem, outro Shinigami, os olhos do deus da Morte (ao custo de metade de sua vida) e que é arriada das 4 pernas pelo personagem principal, que não a reconhece; e o núcleo de policiais destacados para perseguir Kira, em especial o agente Matsuda e o pai de Light.

O silêncio dos inocentes, Misa Amano, considerada a “waifu” de Light.

Death Note é uma história sem heróis, realista, dura, que mostra que sim mesmo as piores intenções podem gerar fatos bons, e que popularidade, messianismo, megalomania e psicopatia podem sim conviver juntos além de um estúpido senso de dever. Na estrada da vida oportunidades são perdidas e ilusões podem machucar mais que golpes de faca. Ohba é cirúrgico.

Por isso não assista ou leia a obra achando que existe um ponto de vista X que é mais correto, a beleza é ver que não há, assim como a “vilania” de Light ao tratar Misa por exemplo. L lembra muito o ponto de vista do Batman, ao se intitular como a “justiça” e não perceber que os atos de Kira se não justos ou justificáveis, são populares, e Ohba consegue trazer e mostrar como o nosso mundo está orfão de heróis, mesmo que esses heróis usem muitas vezes das armas das trevas para tal.


Trailer:

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