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TROCO EM DOBRO | Netflix aposta em filme de ação repleto de clichês (Crítica)

Troco em Dobro (Spenser Confidential) é um dos lançamentos de março de 2020 na Netflix, trazendo como protagonista Spenser, interpretado por Mark Wahlberg, um policial que foi preso após agredir um oficial superior. Antes de mais nada, confira a sinopse e trailer do filme oferecidos pela Netflix:

Spenser, um ex-policial e ex-presidiário, e o aspirante a lutador Hawk se unem para investigar uma conspiração ligada à morte de dois oficiais de Boston.

Se juntam a Walhberg, Winston Duke, conhecido por interpretar M’Baku no UCM, como o lutador de MMA Hawk e o veterano Alan Arkin como o ex-treinador de Spencer, Henry, como trio que sustenta grande parte da produção. A direção do filme é de Peter Berg.

Ao me deparar com Troco em Dobro, desde seus trailers até mesmo a sua sinopse, já tive alguma ideia do que esperar. Um filme de ação clichê, com um protagonista que busca o heroísmo a todo custo enfrentando algum vilão malvado que só pensa em si próprio. Esse chega a ser um clichê quase que universal para vários gêneros do cinema, e é justamente o que encontramos novamente.

Spenser é um bom policial que é preso após agredir seu oficial superior, após descobrir que o mesmo batia em sua esposa. Após passar 5 anos preso, ele consegue sua liberdade e só quer seguir a vida, como caminhoneiro e um outro local, uma vez que passa a ser odiado pelos policiais de sua cidade, Boston.

A trama começa de fato aí, após ele sofrer uma tentativa de agressão no dia de sua soltura, e após ser solto, o policial ao qual Spenser agrediu e que causou sua prisão, é morto, em uma cena que deixa clara a sua participação em algum esquema de corrupção. Spenser não consegue deixar isso de lado e começa a investigar o assassinato desde e de outro policial, aparentemente honesto, em busca de resolver não somente esse caso, como o que ele já estava investigando quando preso. Agora ele conta com a ajuda de Hawk e Henry.

Chega de detalhes da história do filme, vamos a crítica. Troco em Dobro, apesar da péssima tradução de seu nome (o que não é nenhuma novidade no Brasil), traz um filme clichê e com um final até certo ponto previsível. Mas o caminho para chegar a esse final é muito bem trilhado.

A química entre o trio citado acima é bastante convincente, e focando quase que exclusivamente na trama principal proposta e sem grandes rodeios, o filme não perde seu ritmo, trazendo um desenvolvimento convincente de seus personagens e suas relações. Não temos piada fora de hora em Troco em Dobro, todo o alívio cômico apresentado no filme se justifica pelo contexto em que está inserido, sem parecer forçação de barra ou jogado ao acaso.

No melhor estilo de Máquina Mortífera (Lethal Weapon), das lendas Danny Glover e Mel Gibson, temos momentos divertidos intercalados com momentos de ação. Talvez não tanta ação como o icônico filme de ação da década de 1990, mas sim, bons momentos. Wahlberg está ali com uma atuação consistente e certeira. Não consigo imaginar ele atuando em grandes obras shakespearianas, mas para o tema ação, ele convence.

O final, como já falei anteriormente no texto, chega a ser de fato previsível, o roteiro pode também não ter a profundidade de obras como Laranja Mecânica de Kubrick, mas quem se propôe a assistir um filme com o elenco e sinopse de Troco em Dobro, realmente não está procurando isso. Os motivos do grande “vilão” do filme não são complexos e nem vemos uma grande mente maquiavélica atuando, apenas alguém querendo dinheiro e poder.

Se você quer ter de volta a sensação de assistir nostálgicos filmes de ação de icônes como Stallone e Bruce Willis, Troco em Dobro pode ser uma escolha certa para você, o filme não busca ser algo além disso, e cumpre perfeitamente com suas ambições.

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