INFLICTION: EXTENDED CUT | Terror, sustos e conscientização social (Review)
Infliction é um jogo originalmente lançado no dia 25 de junho de 2018 para PC. Foi lançada uma versão estendida, Infliction: Extended Cut, no dia 28 de fevereiro para PS4, Xbox e PC. Volta a demonstrar como os jogos de terror no estilo “jump scare” ainda podem satisfazer os jogadores.
Os jogos de terror não reagiram bem ao crescimento constante da capacidade gráfica das gerações. Series como Resident Evil e Silent Hill focaram tanto em gráficos bonitos e utilizar a possibilidade de ter ação nos jogos que acabou perdendo elementos importantes como o próprio terror e um enredo denso. Os indies como Infliction trouxeram um norte aos jogos de terror e demonstraram que o gênero não está “morto”.
Quatro anos após o trailer P. T. de Silent Hills dirigido por Hideo Kojima, a produtora Caustic Reality em parceria com a Blowfish Studios lança um jogo de horror psicológico com várias semelhança a jogabilidade da produção não concluída de Kojima.
Embora haja semelhança na forma do corredor central da casa e a perseguição de uma mulher, Infliction vai bem além disso. O jogo tem uma mensagem clara e objetiva de conscientização social. O objetivo é fazer o jogador sentir o horror que uma mulher passa ao sofrer violência doméstica.
Vários documentos como diários, jornais, agendas, relatórios, laudos são informações obrigatórias para que o jogador consiga progredir no jogo. Cada passo da história é narrado em um conto de forma literária disponível na sala desde o início do jogo.
Os sustos são constantes, mas aparecem de forma gradativa. Ao início do jogo podemos andar livremente e pouco a pouco temos nosso tempo e lugares que podemos ir limitados sendo punidos por cada escolha errada com um susto.
Os gráficos são bons quando comparados com jogos indies e por ter sido voltado ao PC teve uma aceitação maior já que é mais comum gráficos mais simples e experiências diferentes de blockbusters. A versão recém lançada para consoles deve ser encarada como apenas um relançamento de um jogo que já deu certo, pois compararmos os gráficos do próprio P. T. de Kojima com Infliction é desleal. Móveis emborrachados, brilhos exagerados em móveis de madeira. Sem contar os personagens muito simples que se reparados perdem um pouco o horror do jogo.
Em relação aos bugs na nossa experiência, jogamos em um PS4 Slim e houve apenas um bug, em todo o jogo, em que a câmera simplesmente foi deslocado do personagem principal e ele ficou parado evidenciando como simples estão os gráficos dos personagens.
Na nossa experiência o jogo precisou de 4 horas para ser finalizado devido a exigência de leituras dos documentos e a linguagem do jogo estar na língua inglesa e espanhola acaba dificultando um pouco, mas nada que prejudique a experiência. O jogo tem tempo de duração de 2 horas caso esteja atento às informações do jogo.
Há outro fator que nos incomodou durante nossa experiência, o som do jogo é mal otimizado não havendo uma passagem do fone esquerdo para o direito de forma gradativa. Se o local de onde vem o som estiver na sua frente ele irá soar no fone esquerdo ou direito, mas não há uma redução de volume de um para o outro que nos dê ideia de origem do som. Isso acaba apavorando mais ainda por não conseguir prever de onde o inimigo vem.
O enredo demonstra através de documentos e monstros do jogo as fases em que o homem muda durante a relação conjugal, a influência na família e o quão nocivo pode ser o alcoolismo. Carregado de referências ao ocultismo e feitiçaria o jogo também traz vários indicativos aos olhos mais atentos como unicórnios, pentagramas, quadros.
No conjunto da obra é um jogo que nós indicamos bastante, pois a mensagem do jogo é incrível. A maneira literária em que são entregues os personagens, os documentos, as imagens é de servir de lição a jogos como Resident Evil que muitas vezes temos documentos ignorados por simplesmente servir apenas e tão somente à história.
Agora confira a nossa gameplay do jogo, e também a nossa avaliação final de Infliction: Extended Cut.
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