MULAN | Um épico de ação que alegra os olhos do espectador (Crítica)
Desde o anuncio da Disney sobre o live-action do clássico de 1998, uma grande expectativa foi criada. Muito disso ocorreu devido às noticias de que o filme seria uma adaptação da historia principal e que personagens importantes como o Dragão Mushu e o general Li Shang não estariam no roteiro. Aliás, esse aspecto criou uma comoção publica e muitos fãs não acreditava que pudesse dar certo.
Ambos os motivos foram explicados, o personagem Mushu, por exemplo, foi retirado, pois ele dava um teor cômico ao filme original e nessa nova versão teria uma pegada mais seria. Sobre a retirada do Li Shang, de acordo com o produtor do filme, Jason Reed, a alteração ocorreu depois de algumas reflexões propostas pelo movimento #MeToo. Ele acredita que ter um oficial comandante que também é o interesse amoroso e sexual da protagonista seria muito desconfortável e inapropriado.
Live Action
Mulan é bem diferente do que já se viu na Disney, além de retirar diversos elementos de sua identidade animada e focar mais na lenda folclórica chinesa sobre Hua Mulan, respeitando a cultura da China.
O longa é um épico de ação que alegra os olhos do espectador, usando bem a paleta de cores e os cenários encantadores. O nível de sofisticação e atenção aos detalhes é de encher os olhos e merece ser lembrada no Oscar.
Um ponto que vemos bem forte é o respeito das tradições, mesmo Mulan sendo a frente de seu tempo, a vontade de sua família em respeitar suas tradições é muito forte. Alguns acharam isso confuso, pois em um momento ela era obediente, submissa e no outro sagaz e destemida. Mas vale a pena ressaltar que o amor a família é que movia Hua Mulan e isso explica muita coisa.
O roteiro funciona muito bem, deixando os elementos centrais da animação e adaptando aos que foram retirados, dando uma releitura muito satisfatória e emocionante.
Outro ponto muito forte é o elenco escolhido, Liu Yifei (O Reino Perdido) convence como a heroína se dedicando bastante nas cenas de luta e nos conflitos emocionais na qual a personagem passa. Outro destaque fica para Gong Li (Memórias de uma Gueixa), que interpreta a vilã Xianniang, que para mim supera o rotulo de vilã e nos mostra que na real, ela só alguém que desde muito cedo foi descriminada e incompreendida.
Apesar de Xianniang e Mulan terem “tudo” para serem inimigas, a história nos mostra que isso nunca foi o foco, pois ambas tinham muito mais em comum do que imaginavam e o estereótipo de sempre criar um rixa de mulheres finalmente se esvairia.
Considerações finais
A produção da Disney é uma obra-prima. Divertida e brilhantemente ousada, tanto por se desprender de uma mera adaptação de uma animação de sucesso, o famoso Ctrl C+ e Ctrl + V, e apresenta uma releitura própria.
Utilizar o feminismo e sua representação positiva de personagens asiáticos, respeitando sua cultura e valores também é algo valoroso. A utilização de ângulos artísticos e imagens, também é algo que chama atenção.
Sinceramente é muito triste ver que uma produção como Mulan, não esteja sendo vista nas telonas do cinema. O longa está disponível no Disney+, nos países que possuem o streaming, com a opção de pagamento à parte.
Trailer:
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