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SUOR | As aparências enganam (Crítica) - 44ª Mostra SP

As aparências enganam, eis uma das mensagens que o elegante psicodrama comandado pelo diretor sueco Magnus von Horn e ambientado em Varsóvia na Polônia nos transmite com bastante competência. Embora o culto à celebridade já tenha sido demonstrado em outras películas, essa interessante nova abordagem e Suor (Sweat) nos mostra o lado de uma mulher que pratica fitness e que motiva pessoas e que ao mesmo tempo vive em uma profunda solidão em plena era digital.

A obsessão movida pelas mídias sociais ultimamente é bem real, vivemos em uma era que estamos dispostos a exibir qualquer acontecimento de nossas vidas, em uma atuação impecável, a atriz Magda Kolesnik faz uma atuação corajosa e retrata de forma heroica a vida de sua personagem chamada Sylwia Zajac, uma professora de educação física que usa seu Instagram para mostrar como fazer exercícios e também motiva seus seguidores a terem uma vida saudável. 

Magda Kolesnik em cena do filme ‘Sweat’ – Foto: Divulgação

Astuta, altamente disciplinada e comprometida com seus fãs, Sylwia é capaz de abrir um sorriso encantador em vários momentos da sua falsa aparência, a simpatia em revelar uma vida perfeita onde todos podem alcançar esses objetivos acaba refletindo em takes da sua face, o olhar de Sylwia demonstra um pouco de insegurança mas a personagem é extremamente corajosa e parece ganhar forças quando está encorajando e abraçando suas clientes, que são mulheres comuns que estão desesperadas para ficar em forma e manter seus corpos em perfeitas condições em selfies diárias. 

Mas o que começa como uma pequena história de sucesso sobre uma coach do fitness e seus ávidos seguidores logo se transforma em algo mais inquietante. Pois Sylwia é responsável pelo estado atual das coisas de sua vida e as cenas de um provável encontro com um amigo à moda antiga a faz se contorcer de desconforto. 

Magda Kolesnik em cena do filme ‘Sweat’ – Foto: Divulgação

Quando o amigo compartilha uma ocasião trágica em sua vida, Sylwia que está cheia de vitalidade radiante e de sorrisos na câmera digital para suas postagens no Instagram, parece fria e sem alma. Mais tarde, em um jantar em casa, ela mal fica feliz quando o diálogo se centra nela e no segundo que ele se afasta dela, ela fica triste. A vida para ela é sobre ela mesma e seus seguidores digitais.

Além de expor está lado o longa serve trabalha em o que pode acontecer com mulheres bonitas aos olhos do público e a vida de Sylwia dá uma reviravolta quando ela enfrenta um perseguidor, que fica observando-a no estacionamento com seu carro em frente ao seu apartamento. Logo em seguida ela descobre que é Rysiek (inspirado no perseguidor de Bjork, Ricardo Lopez), e embora ela peça várias vezes para ele ir embora, ele se recusa. Então Sylwia consegue que seu amigo (Julian Swiezewski) vá tirar satisfação com ele.

 Mas em vez disso, ele lhe dá um chute selvagem pela janela do carro, deixando Rysiek (Tomasz Orpiński) gravemente ferido e precisando de tratamento hospitalar. Depois, seu amigo fica no apartamento pedindo explicitamente por sexo como recompensa por sua violência em seu nome. 

Magda Kolesnik e Julian Swiezewski em cena do filme ‘Sweat’ – Foto: Divulgação

Com total de 104 minutos, Suor acaba nos mostrando no final uma textura fantástica e nos transmite a angústia de viver na moda que se tornou tão impessoal. Magda Koleśnik captura isso com prazer e tristeza em suas aulas na web vibrantes, o ato final mostra em sua forma mais humana o retrato atraente e perspicaz desses tempos modernos.

*Filme assistido na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, para mais detalhes, acesse: https://44.mostra.org/


Trailer:

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