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MORTAL KOMBAT | A essência dos games direto para as telonas (Crítica)

Mortal Kombat é uma das principais franquias dos jogos de videogame, e juntamente a Street Fighter, divide o topo da prateleira de jogos de luta. Ambos já tiveram suas aventuras nas telonas, com lançamentos controversos que em geral não conseguiram fazer jus aos personagens nos consoles. Hoje iremos focar no universo de Mortal Kombat, então não entraremos em detalhes sobre seu rival da Capcom.

O primeiro filme de Mortal Kombat viu a luz do dia em 1995, e foi um relativo sucesso financeiro, mesmo que dividindo opiniões do público, com Liu Kang (Robin Shou) como protagonista e com Shang Tsung (Cary-Hiroyuki Tagawa) sendo o grande vilão.

Sua continuação foi lançada em 1997, com o título Mortal Kombat 2: A Aniquilação, e trouxe somente Robin Shou e Talisa Soto nos papeis de Liu Kang e Kitana, com uma troca de atores nos personagens que haviam aparecido no filme anterior, Raiden, Sonya e Jax. Devido a má-recepção desse filme, foi para o limbo o projeto de uma trilogia estrelada por Shou, que possuía contrato para mais um filme.

Agora em 2021, fomos brindados pelo lançamento de um novo Mortal Kombat pela Warner, contanto com direção de Simon McQuoid, com James Wan como um dos produtores, e roteiro de Greg Russo e David Callahan.

Desde 2010, quando a Warner adquiriu os direitos da franquia Mortal Kombat ao adquirir a Midway, a franquia vem sendo cada vez mais revitalizada, com o lançamento de games de alta qualidade como Mortal Kombat (2011), Mortal Kombat X (2015) e Mortal Kombat 11 (2019), todos produzidor pela NetherRealm Studios, responsável também pelos jogos Injustice.

Esse novo filme, que deve ser o pontapé inicial para uma nova franquia, tendo em vista que Joe Taslim, interprete de Sub-Zero afirmou ter contrato para mais 4 filmes na franquia, consegue capturar a essência do que o jogo representou para o mundo dos games desde seu lançamento. Para quem não sabe, lá em 1992 para as principais plataformas da época, ele causou tanta polêmica devido a violência apresentada nas lutas, que o governo dos EUA se viu obrigado a criar a classificação indicativa para os games, o chamado ESRB.

Para o reboot, foi criado um novo personagem, chamado Cole Young (Lewis Tan), que é descendente do clã Shirai Ryu, do lendário ninja HanzoHasashi/Scorpion (Hiroyuki Sanada) e possui a marca do Dragão, sendo naturalmente um dos escolhidos para representar o Earthrealm (Plano Terreno) no Mortal Kombat. O grande inimigo de todos da linhagem de Hanzo é Bi-Ham/Sub-Zero (Joe Taslim), um guerreiro do clã Lin-Huei capaz de manipular o gelo.

A introdução de Cole Young é uma das principais reclamações, principalmente dos fãs mais hardcore da franquia, e segundo o diretor McQuoid, esse personagem representa os jogadores de Mortal Kombat, sendo introduzidos nesse universo e que vão conhecendo aos poucos e sendo apresentados a tudo que está presente nele, cada um dos reinos, os lutadores, os deuses e mais importante, o torneio Mortal Kombat.

Não compreendo essa alta rejeição ao personagem, uma vez que temos muitos personagens na franquia que não estiveram no jogo original, na realidade, sempre são criados novos personagens de forma a expandir universos, seja nos games, nos quadrinhos, nas séries, etc.

Mortal Kombat traz a essência dos jogos de Mortal Kombat, com cenas de luta empolgantes e bem coreografadas e naturais, com o nível certo de violência, sangue e brutalidade já conhecido pelos fãs dos jogos da franquia.

Não há exageros nesse ponto, quem conhece os jogos Mortal Kombat já está acostumado, até mesmo com mais violência do que a apresentada. O diretor do filme deu até uma declaração falando sobre terem cortado algumas cenas realmente pesadas, de forma a evitar que o filme fosse proibido em alguns países mais conservadores.

Os atores deram o máximo na interpretação de seus personagens, com destaque a Taslim e Sanada, que fizeram Sub-Zero e Scorpion simplesmente espetaculares. Também precisamos agradecer a equipe de produção que soube trazer para as telonas, momentos clássicos dos games, como o já esperado Fatality, o Flawless Victory, e principalmente “Get Over Here!”.

Vale destacar positivamente também a ambientação da produção, que nos coloca a todo momento dentro do jogo, sejam nas cenas no Templo de Raiden, no Outworld, até mesmo nas locações dentro das cidades e do esconderijo de Sonya e Jax. O CGI foi muito bem feito, deixando por exemplo, o personagem Goro bastante real.

Falando um pouco sobre os personagens e atores, não encontrei nenhuma atuação que prejudicasse o desenvolvimento do filme. É um pouco estranho ver que o Liu Kang não está tão importante para a equipe nesse primeiro filme como ele poderia, ficando um pouco escondido a sombra de Kung Lao, mas com mais filmes sendo planejados, acredito que estejam desenvolvendo com calma todos os icônicos personagens e veremos um Liu mais protagonista futuramente.

O foco nesse filme é simples, claro e objetivo, que é apresentar esse universo ao espectador, baseando-se na rivalidade Scorpion/Sub-Zero, não deixando de lado a sede de poder de Shang Tsung em assumir o controle do Earthrealm utilizando de todos os meios possíveis, mesmo que isso possa parecer contra as regras do Mortal Kombat, sendo assim, não espere um roteiro muito rebuscasdo, cheio de reviravoltas e sustos, e sim algo direto e bem a cara dos jogos da franquia.

Por fim, recomendo fortemente que você assista a esse ótimo reboot de Mortal Kombat, com a mente aberta para o novo personagem criado, e já sabendo que mais filmes vem aí, mais personagens aparecerão, personagens devem ser mais desenvolvidos, cada um a seu tempo. Para os fãs da franquia, com certeza seus olhos brilharão a cada fã-service e easter-egg encontrado.

Trailer:

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