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ALICE E PETER: ONDE NASCEM OS SONHOS | Crítica do filme

Maravilha. Encantamento. Magia. Essas são as características definidoras dos contos de fadas e todas estão incorporadas nos livros infantis clássicos, principalmente nos populares Peter Pan e Alice no País das Maravilhas. Com toda certeza você presumiria que uma junção em um filme dessas histórias incorporaria esses traços, mas você infelizmente não terá isso em Alice e Peter: Onde Vivem os Sonhos (Come Away).

Ao combinar esses contos amados,  o longa promete encantamento, mas não consegue cumprir e isso acaba gerando emoção, muita e muita emoção. A maior parte do filme está encharcada de tristeza e culpa, com uma pequena porção de felicidade agridoce no final e ali tudo é tão melancólico. Na verdade, você vai querer considerar a tolerância de seus filhos para histórias tristes antes de assistir ao filme e você tem filhos sensíveis, eles poderiam facilmente passar grande parte do filme chorando, com pesadelos como um perseguidor indesejado.

Alice e Peter: Onde Vivem os Sonhos (Come Away) / Imagem Filmes – Foto: Divulgação

Deixando a atmosfera triste de lado, o roteiro de Alice e Peter: Onde Vivem os Sonhos (Come Away) é bastante inteligente, pelo menos para os fãs do material original. A história se passa na Inglaterra vitoriana, onde Alice Littleton (Keira Chansa), de oito ano, e seus irmãos mais velhos, David e Peter (Reece Yates e Jordan A Nash) estão desfrutando de uma infância idílica. Eles vivem em uma casa charmosa e pobre no interior da Inglaterra e os irmãos correm soltos na floresta, imaginando batalhas com piratas e outros inimigos. Em casa, seus pais amorosos (David Oyelowo e Angelina Jolie) criam um ambiente alegre e caprichoso onde as crianças florescem e como assim na vida, de repente uma tragédia acontece.

Este é o ponto em que o filme escurece enquanto a dor consome a família. Rose Littleton busca conforto no álcool e o marido Jack volta a jogar, um vício que ele já havia superado. Enquanto os filhos observam os pais se desgrudarem, eles também enfrentam parentes, cujo comportamento varia de oficioso a malvado. Linhas de falha que as crianças nunca imaginaram se espalharão por toda a família, ameaçando destruí-la.

Além de seu ambiente inesperadamente sombrio, fiquei surpreso com a quantidade de conteúdo negativo em um filme voltado para o público familiar. Há um pouco de violência imaginária relativamente inofensiva, mas também há uma cena assustadora em que um homem chega em casa com uma bandagem ensanguentada na mão e informa à esposa que a mão foi esmagada por uma surra. (Ele acaba perdendo a mão.)

Alice e Peter: Onde Vivem os Sonhos (Come Away) / Imagem Filmes – Foto: Divulgação

A morte de um personagem também é retratada na tela: não é gráfica, mas ainda pode ser perturbadora para alguns jovens telespectadores, o que gera até um momento inadequado para um filme infantil onde temos uma cena em que uma criança bebe álcool, na esperança de que isso a leve para longe de sua casa e a faça desaparecer. Este não é o tipo de comportamento que queremos que as crianças vejam e imitem.

Enquanto assistia a este filme, fiquei imaginando quem deveria ser o seu público-alvo, pois temos muita violência e tristeza para crianças pequenas e com a temática “infantil”, talvez o filme mire mais os fãs adultos das clássicas histórias e apreciem as alusões literárias. Fora ainda que o filme carece de magia e sem ela a história simplesmente não voa.

Alice e Peter: Onde Vivem os Sonhos (Come Away) / Imagem Filmes – Foto: Divulgação

No geral, Alice e Peter: Onde Vivem os Sonhos (Come Away) poderia ter mais impacto se não fosse pela releitura equivocada que passa diante de nossos olhos, pois o filme poderia ter sido realmente mágico.

Sinopse:

Antes do País das Maravilhas e da viagem à Terra do Nunca, os irmãos Peter (Jordan A. Nash) e Alice (Keira Chansa) deixaram a imaginação correr solta durante um verão repleto de brincadeiras com espadas, chás da tarde e navios piratas. Quando uma tragédia toma conta da família e muda completamente a vida de seus pais, Jack (David Oyelowo) e Rose (Angelina Jolie), Peter e Alice embarcam numa aventura fantástica e entendem que crescer pode não ser o maior dos seus problemas.

Trailer:

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