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PATERNIDADE | Crítica do filme



Quando um ator fica estereotipado com um só gênero de cinema, principalmente o ramo da comédia, é comum que o público acabe o julgando, e esse é o caso com o ator Kevin Hart. Embora algumas de suas comédias sejam divertidas, principalmente as duas sequências de Jumanji, seu talento como ator não está em exibição em todo o seu potencial. É por isso que seu último filme lançado na Netflix, Paternidade (Fatherhood), não apenas explora uma mudança de ritmo incrível para o ator, mas também mostra ao mundo que Hart pode fazer mais do que comédias bobas, e derramar seu coração e alma no que pode ser considerado como o melhor desempenho de sua carreira.

Baseado no livro “Dois Beijos para Maddy: Uma História Memória Real de Amor e Perda”, o longa original Netflix narra a verdadeira história de Matthew Logelin (Kevin Hart), que depois que sua esposa (Deborah Ayorinde) morre repentinamente poucos dias após o parto, deve agora criar sua filha, Maddy (Melody Hurd) sozinho. A tarefa é bastante desafiadora, com Matt não querendo ajuda externa de sua mãe (Thedra Porter) e sogra, vívida pela sempre ótima Alfre Woodard, que atua de forma incrível dando um grande suporte na trama. Ele vai perceber rapidamente que a família é a coisa mais importante que uma criança precisa para ser educada adequadamente. 

Em termos de narrativa, Paternidade não abre novos caminhos e segue uma estrutura típica em que o personagem principal deve superar, contra todas as probabilidades, adversidades terríveis, que todos nós já vimos antes. Todos, incluindo seus amigos e seu chefe, brilhantemente interpretado por Paul Reiser, pensam que ele nunca será capaz de criar Maddy sozinho. Ele agora tem um impulso maior de mostrar ao mundo que é capaz de assumir essa responsabilidade, mesmo que a pessoa mais responsável e atenciosa não esteja mais com ele. 

Só de ler isso, você já pode adivinhar o que vai acontecer, como alguns momentos difíceis que vão acontecer neste percurso com o protagonista conseguindo vencer dia após dia, pois seria fácil para um filme desses ser enfadonho ou meloso e felizmente o experiente diretor Paul Weitz consegue evitar essa armadilha, mostrando uma narrativa que vai partir o seu coração, mas também vai enchê-lo de esperança e felicidade.

Fora ainda que os primeiros minutos do filme também são quando vemos os brilhantes talentos dramáticos de Kevin Hart, combinando perfeitamente uma comédia natural e composta com pura leviandade emocional e drama humano. Nunca há um momento em que a comédia de Kevin Hart pareça excessiva, como é o que ele costuma trazer para seus filmes, pois sempre permanece perfeitamente natural, como se ele estivesse usando o humor para dar sentido ou aliviar a trágica provação que viveu.

No geral, Paternidade atua como um lembrete decente das dificuldades de ser pai e especialmente de criar um filho por conta própria sem um lar emocional para onde voltar. Não é um filme espetacular que será saudado como uma obra-prima, mas mostra perfeitamente os talentos dramáticos de Kevin Hart, como um ator que merece ser levado mais a sério e deve conseguir mais papéis como este. 

Nota: 3,5/5



Sinopse:

Neste filme inspirado em uma história real, um pai viúvo lida com dúvidas, medos, decepções e mamadeiras ao assumir a tarefa de criar sua filha sozinho.

Trailer:



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