MONSTRO DO PÂNTANO | Crítica da 1ª temporada

Lançada em 2019 pelo HBO Max e cancelada antes mesmo do término de sua temporada de estreia, Monstro do Pântano (Swamp Thing) nos traz uma história baseada na origem do avatar do "verde" da DC Comics.

A trama de Monstro do Pântano se inicia quando um doença desconhecida começa a infectar algumas pessoas na cidade de Marais, Luisiana, o que leva a Dra Abby Arcane (Crystal Reed) de volta à sua cidade natal para investigar o motivo por trás disso. Lá, ela conhece o cientista Alec Holland (Andy Bean), que foi contratado por Avery Sunderland (Will Patton) para estudar o pântano.

A série apresenta de forma bem fiel aos quadrinhos a origem do monstro e também introduz vários elementos de forma bastante natural, jogando elementos diretamente dos quadrinhos na construção desse universo ao mesmo tempo que detalha e dá profundida aos personagens mais importantes. Isso por vezes deixa seu desenvolvimento um pouco lento e cansativo, o que pode afastar alguns expectadores.

Com uma atmosfera sombria, não somente no pântano, mas na cidade de Marais, Monstro do Pântano traz elementos de terror em sua trama, uma vez que o personagem vem direto dos quadrinhos do selo Vertigo, de onde surgiu também o personagem Constantine.

Nessa temporada inaugural e infelizmente final da série, somos apresentados ao "verde", que consiste na força vegetal do planeta e também a "podridão", também conhecida como o negro, que corresponde às forças da morte. Há também o vermelho, a força animal, não apresentado, mas que junto ao verde, são as forças da naturais da vida (vegetal e animal).

Monstro do Pântano se preparava para construir um grande universo e trazendo alguns personagens dos quadrinhos, como a Madame Xanadu (Jeryl Prescott), Daniel Cassidy (Ian Ziering), o Demônio Azul e Homem-Florônico, vilão responsável pela origem de ninguém menos que a icônica rival do Batman, Hera Venenosa. 

Provavelmente na 2ª temporada do show teríamos a entrada da família Arcane, que podemos considerar como os principais representantes da podridão na Terra, o que deixaria esse "vilão" menos abstrato.

Infelizmente o Homem-Florônico teve pouquíssimo tempo de tela após sua transformação, uma vez que foram cortados os episódios em que o personagem se tornaria de fato uma ameaça ao protagonista do show, restando a ele somente uma pequena aparição ao final do derradeiro episódio.

Tendo tudo isso em vista, Monstro do Pântano ao seu final nos passa uma sensação de que está incompleta, pois realmente está, mesmo com os produtores tentando dar um "encerramento" ao arco de origem de seu protagonista. Temos aqui um bom show, mas não recomendado para quem queira uma história com início, meio e fim.

Com atuações competentes, uma atmosfera sombria, elementos de terror e sobrenatural, caberia até mesmo na série uma participação do Constantine de Matt Ryan, que está sendo totalmente desperdiçado na série Legends of Tomorrow. Fica aqui nosso apelo a HBO Max, dê uma nova chance ao Monstro do Pântano, e junto dele que venha o Constantine, ambos caberiam muito bem no Universo de Patrulha do Destino e Titans, continuando na pegada dessa boa 1ª temporada.

Sinopse:

Com o objetivo de investigar uma espécie de vírus que parece ter tomado conta da área pantanosa do sul estadunidense, Abby Arcane viaja até a Luisiana. Chegando lá, Arcane percebe que as aparências enganam e descobre que existe um grande segredo por trás dos terrores do local: o Monstro do Pântano.

Nota: 3,5/5

Trailer:

Reservei o final desse texto para explicar os prováveis motivos do cancelamento de Monstro do Pântano, e também uma declaração do co-showrunner da série, Gary Dauberman.

“A primeira temporada foi como um filme, com começo meio e fim e é uma história contada ao longo de dez episódios […] O pântano é meio que a pia da cozinha do terror sobrenatural e, como você sabe, você pode explorar diversos subgêneros do terror com isso e eu queria muito ter explorado isso na segunda temporada, contar histórias mais macabras dos quadrinhos mais recentes. Teria ficado bem mais estranho. Para as pessoas que não conhecem o personagem, a primeira temporada foi sobre falar o que era o Monstro do Pântano e a segunda temporada seria sobre explorar um lado profundo, distorcido e ideias estranhas e nojentas”

Dois prováveis motivos para cancelamento, o primeiro e mais forte é após desacordo com governo local acerca de retorno de impostos, pois havia sido prometido aos produtores um retorno fiscal na casa dos US$ 40 milhões, mas o estúdio só recebeu US$ 14 milhões, diferença que pesou muito na produção da série. 

Com menos probabilidade mas não descartável totalmente, o segundo seria uma diferença criativa com a At&T que havia recém-comprado a Warner e estava avaliando os investimentos da empresa.