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O LABIRINTO | Crítica do filme



É tudo apenas um jogo para algumas pessoas e o thriller O Labirinto aborda um suspense bastante intrigante de se acompanhar. A produção mostra que depois de quinze anos, Samantha Andretti acorda dentro do hospital St. Catherine com a polícia na porta e um misterioso Dr. Green a observando. A única lembrança de Andretti foi seu tempo jogando vários jogos com um sequestrador não identificado, onde ela ficou perdida dentro de um labirinto de terror e manipulação. Dividindo a narrativa entre a caça e o quebra-cabeça, O Labirinto coloca o espectador em uma trama bastante interessante e Donato Carrisi adapta seu enredo bastante complexo e às vezes complicado em um filme que faz um sentido surpreendente. Só isso já é uma conquista, pois este é cronologicamente o terceiro livro da sua série, o que o torna uma adaptação particularmente difícil que acaba funcionando até bem.

Estreando como diretor, Carrisi tem um começo regular e que merece um bom adendo na parte técnica em cuidadosamente destacar boas paleta de cores na sua direção de arte, o diretor aponta para o subgênero “giallo” dos anos 80 e o seu filme todo parece uma sequência de um sonho, embora seja mais ficção policial processual do que qualquer outra coisa ao focar em suas ótimas performances. Dustin Hoffman como o Dr. Green que está tentando entrar na mente de uma bela vítima e Toni Servillo como um detetive moribundo que tem como objetivo nas últimas horas da sua vida pegar o assassino carrega o filme em seus ombros. A história tem uma estrutura episódica, mesmo com seu começo arrastado e que poderia ter sido mais elaborado por Carrisi, a produção não perde o seu teor e definitivamente acaba ganhando potencial em se tornar um bom mistério.

Entretanto, Carissi acaba tendo uma falha crucial na revelação do enigma ao colocar no centro do sequestrador de Samantha e o tempo dentro do labirinto. Constantemente, os fios começam a se amarrar em si mesmos até que a intriga se torne afetada e desinteressante. Comparativamente, Servillo está em um filme totalmente diferente que aborda um realismo fundamentado em imagens sombrias. Mesmo com algumas escolhas de direção peculiares de Carissi, o poder silencioso por trás da presença de Servillo desperta um interesse que atrai os coadjuvantes e até o espectador.

Mesmo sem a sinergia necessária entre as duas narrativas abordadas, O Labirinto se atrapalha também ao amarrar um potencial tremendo ao arrastar seus aspectos em um encontro apoteótico que acontece de forma broxante, chega ser até um outro crime em nunca permitir que Dustin Hoffman compartilhe mais tempo de tela com Toni Servillo, o que acaba roubando do filme a seriedade que ele estava construindo e ao invés disso, leva Hoffman a uma parte inconsciente que pelo segundo ato do filme já desvenda o que se pretende ser uma revelação principal.

Ironicamente, O Labirinto se encontra isolado em uma de suas criações, perseguindo incessantemente um conceito lucrativo que vagueia por becos sem saída e loops eternos. Os impactos psicológicos de trauma e abuso jogam bem no dispositivo narrativo do jogo de gato e rato em um labirinto interno que aborda os horrores mais sombrios que se escondem. Da mesma forma, em alguns momentos a cinematografia de Federico Masiero explode de criatividade na composição de pistas de áudio e iluminação, mas tudo parece desperdiçado em uma perseguição infrutífera e fraca.

No geral, O Labirinto tinha potencial para ser um filmaço, mas tropeça em querer ser peculiar e cult ao extremo, o filme seguia uma receita de dar inveja, um elenco talentoso, um roteirista bastante competente, mas falha com uma direção novata que toma decisões que nas mãos de um cineasta mais experiente iriam com toda certeza trazer mais mistérios e surpresas com cenas não tão frustrantes nos quais tivemos, uma pena.

Nota: 3,5/5

Sinopse:

A adolescente Samantha é raptada a caminho da escola. Quinze anos depois, ela está no hospital, em estado de choque, com o Dr. Green ao seu lado. Juntos, eles resgatam as memórias de Samantha no labirinto, uma prisão subterrânea, aparentemente sem saída, em que alguém forçou a jovem a jogar e resolver enigmas, recompensando seus sucessos e punindo seus fracassos. Também ansioso para resolver o mistério está Bruno Genko, um investigador particular de talento excepcional. Ele não tem muito mais tempo de vida e, por isso, o caso de Samantha é o seu maior desafio.


Trailer:

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