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EUPHORIA | Crítica da 2º temporada



Euphoria caiu em nossas graças quando lançou sua 1º temporada e abalou as bases de como os dramas adolescentes foram apresentados na telinha. Com uma abundância de nudez e um olhar inflexível sobre o vício em drogas, Euphoria conseguiu tecer vários personagens diferentes e suas histórias em torno de um conto de advertência maior, culminando em alguns momentos inesquecíveis.

Tentar corresponder às expectativas sempre será difícil para o criador Sam Esmail e de várias maneiras a 2º temporada é um exemplo de como a expectativa pode ser seu pior inimigo. Este novo ano da série oferece alguns vislumbres de brilho e acaba patinando em dar o salto que esperamos. Há lampejos de ótimos diálogos, ecos de grandes momentos e eventualmente segmentos que esvoaçam sem muito drama contundente.

Se há uma coisa pela qual você não pode culpar Euphoria é o visual. A cinematografia e a trilha sonora deste show são únicas e absolutamente incríveis mais uma vez e isso é um espetáculo. O problema é que os visuais não contam nada quando a escrita não combina e se compararmos como a primeira temporada que se centrou em Rue e seu vício em drogas, sendo um grande acerto, está 2ª temporada se desenrola com várias histórias que eventualmente são coladas para formar um final bombástico.

O primeiro e o último episódio funcionam bem para completar certos arcos de personagens, mas além disso não há um foco central e o programa não parece tão motivado para se centrar em algo especifico. Até o arco de Rue se torna cansativo, mesmo  com que Zendaya nos apresente outra performance magistral, todo o seu enredo se perde no final desta 2º temporada, tornando as expectativas bem frustrantes.

Euphoria é um sucesso inegável e dado o quanto de hype entrou nesta temporada, os episódios individuais analisados de forma isolada são ótimos, mas recuando e olhando para o todo a 2º temporada é definitivamente um deslize em não surpreender com várias histórias diferentes acontecendo aqui, confusamente emaranhadas em torno de vários triângulos amorosos e alguns flashbacks centrados em diferentes personagens e seu passado.

Curiosamente a história inicialmente é um pouco confusa por abordar uma espécie de muitos triângulos amorosos, começando com um novo garoto Elliot, que se envolve com Jules e Rue. O outro triângulo amoroso vem de Nate e Cassie, que acabam dormindo um com o outro pelas costas de Maddy. Durante toda a temporada, o show provoca uma grande briga entre as duas garotas, mas no final das contas todo esse enredo fracassa sem muito além de uma briga morna que fica de forma frustrada para uma aguardada nova temporada.

Existem algumas cenas envolvendo Kat e Ethan, que estão completamente desperdiçados neste ano, enquanto Fezco e Lexi têm algumas cenas legais juntos, mas nem de longe o suficiente. Algumas dessas questões decorrem de uma trama maior envolvendo a família de Fezco, que ameaça se desfazer a qualquer minuto. O problema é que toda a história do gângster acontecendo aqui se justapõe com o drama adolescente da Geração Z e essa mistura parece diferente e estranha. Além disso, Euphoria se apoia em sua narração estilística, apoiada por sua iluminação caprichosa e excelente atuação para manter as coisas funcionando ao longo dos 8 episódios.

No geral, a 2º temporada de Euphoria acaba transmitindo um sentimento eufórico com seus episódios isolados e envolventes, mas provavelmente ao pensarmos de forma conjunta iremos perceber com indiferença desanimadora como o enredo poderia ter sido mais marcante.

Nota: 3,5/5




Sinopse:

O novo ano mostra Rue precisando encontrar esperança enquanto tenta equilibrar as pressões do amor, perda e vício. Na festa de ano novo, Rue e Jules conseguem finalmente acertar as diferenças e se reconciliar, mas a recaída de Rue nas drogas pode colocar o relacionamento das duas em perigo.

Trailer:


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