OBI-WAN KENOBI | Primeiras impressões da série
A primeira parte de 6 episódios no total fazem um tremendo trabalho de levar para casa a monotonia da existência de Ben cuidando de Luke em Tatooine, embora seja aparente que depois de se desligar da Força em um esforço para manter o menino seguro, Obi-Wan perdeu o caminho e não é mais o bravo herói que uma vez entrou em ação para lutar contra o General Grievous e seu ex-amigo Anakin Skywalker em A Vingança dos Sith.
Há quase um elemento de covardia em Ben quando o encontramos, mas como seus
pesadelos nos lembram, Obi-Wan passou por tantos traumas que não é de admirar
que ele não consiga encarar o pensamento de ser o homem que já foi. Seja medo,
frustração, desesperança ou mais provavelmente uma combinação de ambos, Kenobi
é um homem quebrado e o desempenho de McGregor é fenomenal e fascinante de
assistir. Ele traz uma profundidade incrível para esse papel com apenas um
olhar passageiro no rosto do Jedi que torna o suficiente para fazer o público
sentir o que ele é sob a superfície. O retorno do ator como Obi-Wan tem sido
muito discutido e altamente antecipado e tudo o que vemos aqui mostra que valeu
a pena esperar.
À medida que a inédita história se desenrola conhecemos alguns personagens coadjuvantes divertidos (Kumail Nanjiani é uma delícia como Haja, um bandido com um coração de ouro) e passamos um bom tempo com os Inquisidores. O Grande Inquisidor de Rupert Friend parece consideravelmente melhor em ação do que algumas das imagens que vimos nos trailers, embora ele não tenha a mesma presença dominante de Jason Isaacs em Star Wars Rebels, sua interpretação do vilão é inegavelmente intimidante. A Reva de Moses Ingram é a principal antagonista até agora, embora a atriz ainda não pareça totalmente confortável interpretando uma vilã que claramente deveria ser um pouco mais complexa do que seus companheiros.
Há espaço para que isso seja melhor explorado nos próximos 4 episódios e embora haja momentos em que ela seja muito boa, Reva não demonstra ser uma personagem aterrorizante ou interessante quanto precisa ser para a trama. Se a vilã não rouba a cena, no entanto Vivien Lyra Blair se equipara ao talento de McGregor como a jovem Leia Organa. A atriz mirim rouba a cena e fica até difícil imaginar como Carrie Fisher ficaria orgulhosa desse retrato formidável, espirituoso e altamente agradável da princesa Leia. Blair faz a justiça da Leia que conhecemos em Uma Nova Esperança e diríamos que a suposta decisão de mudar o foco de Luke para ela foi a certa para Obi-Wan Kenobi.
A diretora Deborah Chow já se estabeleceu como uma boa contadora de histórias no universo Star Wars após dirigir alguns dos melhores episódios de The Mandalorian, como showrunner e diretora desses primeiros episódios em Obi-Wan Kenobi, vemos que ela foi uma jogada sábia da parte da Lucasfilm juntamente com o roteirista Joby Harold (que é um dos roteiristas do aguardado filme The Flash) que juntos expandem de maneiras satisfatórias e significativas uma narrativa forte e um bom trabalho de personagens.
Há muitos momentos agradáveis aos fãs (incluindo algumas
participações especiais imperdíveis), mas são os pequenos momentos que
realmente ajudam a tornar esta série especial, como as interações de Obi-Wan
com alguns rostos familiares do passado desta franquia são evidências disso,
enquanto sua dinâmica com Leia promete ser um destaque da série no futuro. Com
quatro episódios restantes e um certo Lorde Sith ainda para fazer sua presença
ser totalmente sentida, ainda há muita história a ser contada, mas este é um
começo forte e que prepara o cenário para o que parece ser uma produção imperdível
que é reforçada por uma ação estelar e uma trilha sonora emocionante de Natalie
Holt que são misturadas com visuais que devem deixar os fãs das prequels e das
sequels bem felizes.
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