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SINTONIA | Crítica da 3ª temporada




Dessa vez a pandemia não atrapalhou e a Netflix lançou com rapidez a 3ª temporada da série original brasileira Sintonia. A produção original brasileira da Netflix comandada por Kondzilla mostra que o trio protagonista Doni, Nando e Rita teve algumas evoluções, mas parece que desta vez suas experiências de infância em seus caminhos muito divergentes foram meio que deixados de lado pelo roteiro do quarteto Guilherme Quintella, Duda Almeida, Thays Berbe e Pedro Furtado. O enredo desta vez em Sintonia é aprofundar o poder do ego e não medir consequências das escolhas que Doni, Nando e Rita estão tomando em suas vidas.

Christian Malheiros continua carregando a série nas costas e seu personagem Nando agora acaba dando início a lavagem de dinheiro abrindo um Café e desta vez ele ganha o apoio de Bruna Mascarenhas, a atriz é o grande ponto nesta 3º temporada em dramaticidade e ver sua personagem Rita se dividindo ao encarar o lado sujo da igreja evangélica que se envolve na política foi bastante gratificante de acompanhar, pois o que mais tem são filmes e séries que tentam fazer pregação ou vilanizar a religião, iniciando com a personagem na igreja e depois tirando como se fosse uma "libertação" pra ela. Sintonia não faz isso, tem a coragem (apesar da pressão na internet) de simplesmente retratar a realidade, de pessoas que seguem na igreja e que não tem nada de errado nisso.

Mas o maior mérito da série é o realismo, mesmo não sendo crua e pesada. Os diálogos, as gírias, as músicas e a caracterização dos personagens, que parecem pessoas reais, fazendo com que tudo não seja tão exagerado como nos filmes e nem superficial como nas novelas brasileiras. De todas as produções nacionais que conhecemos, Sintonia talvez seja a que melhor retrata as pessoas que vivem nessas comunidades, mas podemos fazer alguns questionamentos na série por causa da história, que continua com muitos clichês e pouca profundidade, apesar do mérito de manter a trama da Rita na Igreja, alguns arcos parecem que não avançam.

Como por exemplo o personagem de Jottapê, que está estabelecido como um astro e acaba desta vez abandonando suas raízes na favela, percebe-se que a trama desta 3ª temporada tentou trabalhar mais os traumas psicológicos de Doni, mas o enredo e a atuação de Jottapê não colaboraram que o público ficasse cativado e comprasse está história, mas os acontecimentos e as decisões fáceis que Kondzilla impôs acabaram não tendo um fechamento de arco satisfatório para Doni.

No geral, Sintonia mantém quase o mesmo nível em comparação as temporadas anteriores, mas sofre uma pequena queda em não ter mais ousadia para mostrar mais daquilo que o público que acompanha esperar realmente ver, entretanto o elenco continua bem afinado nas atuações, percebe-se que ocorreu uma melhora técnica em vivenciar as cenas e também no cuidado da produção com novas adições no elenco sendo bem-vindas em uma 3ª temporada satisfatória.


Nota: 3/5
Trailer:


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