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CANO SERRADO | Crítica do filme



Assistimos ao longa brasileiro Cano Serrado, que conta a história de Sebastião (Rubens Caribé), sargento que busca vingança pela morte de seu irmão, um caminhoneiro. O destino dele se cruza com os de Luca (Jonathan Haagensen) e Manuel (Paulo Miklos), dois policiais da cidade grande que partem para o interior rumo a um passeio de fim de semana. Na estrada, a dupla é atacada por uma milícia e, ao fugir dos bandidos, Luca acaba sendo equivocadamente capturado pela polícia local e confundido com o responsável pela morte do irmão de Sebastião.

Se passando em uma cidade fictícia localizada aos arredores de Brasília, no centro-oeste brasileiro, o diretor Erick de Castro buscou trazer um clima de faroeste com tons modernos, mostrando uma cidade aparentemente sem lei, onde os homens da lei decidem quem vive e quem morre. A fotografia de Cano Serrado é muito bem elaborada, o que evidencia a boa escolha sobre a locação escolhida para gravações do longa.

Cano Serrado se foca em mostrar uma busca por vingança que não se preocupa em transformar o personagem de Caribé em juiz e executador, e conta com uma boa atuação do ator, trazendo profundidade e realismo aos sentimentos de Sebastião, abatido pela morde de seu irmão e cego pela supracitada vingança que tanto anceia.

Infelizmente o roteiro do filme escorrega demais e faz com que ele se perca em diversos momentos. Os personagens são extremamente rasos e mal desenvolvidos, o que faz com que a carga dramática que o filme exigiria para se tornar melhor desenvolvido não exista. A história de Cano Serrado viaja em diferentes épocas cronológicas entre os personagens através de flashbacks que tentam situar algum contexto aos personagens, mas isso não é bem desenvolvido. 

O diretor busca abordar temas sensíveis para a sociedade, mas trata disso de forma superficial e com muitos clichês e respostas prontas que nem sempre refletem o que de fato ocorre. Um exemplo, contendo spoilers do filme, os grupos policiais são tratados basicamente como facções criminosas em busca de afirmação de seu poder e dominância, explodindo estereótipos rasos e mal trabalhados. O final do filme consegue até trazer uma pequena sensação de surpresa, mas ele acaba "de repente", fazendo com que o expectador fique meio perdido sem saber se realmente acabou ou se tem algo mais.

Em suma, Cano Serrado é mais um filme nacional que brevemente tende a cair no esquecimento público, trazendo trama e personagens mal desenvolvidos, que desperdiçam a boa atuação de alguns atores, em especial Rubens Caribé e também sua ambientação, através de um roteiro raso, superficial e repleto de clichês, o que é uma pena.

Nota: 1,5/5.
Trailer:


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