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Crítica da 1ª temporada de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis



A nova série da Marvel Studios teve sua primeira temporada finalizada, Mulher-Hulk: Defensora de Heróis foi uma produção que dividiu o público com a sua inconsistência narrativa, problemas no CGI, diversão curta e participações pra lá de especiais, mas que mostrou algumas coisas interessantes para o futuro do UCM.

O ganho de poderes da personagem foi algo bem questionável, mesmo que nas HQs tenha sido algo simples também, entretanto parece que a história quis logo mostrar como Jennifer Walters não aceita rapidamente suas novas habilidades, e a maior parte de seu arco é baseada em como ela não quer que a Mulher-Hulk se torne sua característica definitiva. Por mais que tentasse, ela não conseguia fugir disso, pois rapidamente se tornou alvo de várias entidades.

A princípio, a série nos deu a impressão de que sabia exatamente o que deveria fazer, com a estruturação de uma comédia de advogados com super-heróis e estabeleceu um tom de autoconsciência com a quebra de quarta parede com Jen no comando. A personalidade instantaneamente simpática de Tatiana Maslany, combinada com seu incrível talento e carisma tornou a sua personagem bastante fácil de se relacionar e suas cenas com o elenco de convidados especiais, incluindo Mark Ruffalo, Tim Roth, Benedict Wong e principalmente Charlie Cox, funcionaram excepcionalmente bem, mostrando que Tatiana Maslany é uma ótima escolha para a personagem e ela sozinha consegue manter o interesse na série, mesmo em seus momentos difíceis de serem acompanhados.

O trabalho de CGI envolvendo a Mulher-Hulk deixou muito a desejar e mesmo a série se justificando como um programa de TV com um orçamento restrito da Disney +, a Marvel tem o suficiente em seus cofres para estender alguma cortesia aos seus heróis. Teve momentos que o Hulk de Ruffalo parecia muito melhor do que o da estrela principal ou seria um capricho para atrair público que vem acompanhando o universo Marvel por vários anos?

Depois de alguns primeiros episódios divertidos, outro problema gritante veio à tona. Ao longo da temporada, houve pouca clareza sobre qual caminho a série queria ir, pois com uma duração de cerca de 30 minutos, o roteiro e os diálogos precisavam ser mais tensos e bem elaborados e a escrita parecia ter mais a intenção de ser atrevida e subversiva e não recompensava os espectadores muitas vezes com histórias envolventes ou um humor tão divertido.

A luta interna de Jen apresentou uma oportunidade para provar seu valor como uma advogada competente, o que poderia ter sido uma visão atraente, mas os eventos no meio da temporada a afastaram do tribunal e então a advocacia também não estava totalmente em foco. Claro, ela defendeu com sucesso Emil Blonsky que promoveu o desenvolvimento da personagem principal ao refletir suas lutas para aceitar quem ela é. Tim Roth pareceu aproveitar a oportunidade de interpretar uma versão mais leve do personagem e fez bem em redimir o seu personagem.

A tão aguardada aparição de Matt Murdock/Demolidor se misturou perfeitamente com o tom da série e para melhorá-lo instantaneamente de várias maneiras. Crédito a Charlie Cox por ativar sem esforço um elogiável charme e humor, fazendo com que seu Matt Murdock/Demolidor sempre pertencesse do mundo criado por Kevin Feige.

Encontros fugazes com a Titania de Jameela Jamil pareciam estar indo para algo maior, mas isso rapidamente fracassou em um encontro sem brilho no episódio mais fraco da temporada. Sem um antagonista forte, o propósito geral de Mulher-Hulk não foi definido e o único elemento divertido que funcionou foi quando Jen quebrou a quarta parede e deixou o público saber que eles estavam participando da sua história.

Apesar de todas as queixas com a escrita, a narrativa e o trabalho CGI durante uma temporada descontroladamente irregular, a série guardou seus melhores truques para os últimos episódios e o final da temporada foi agradavelmente imprevisível e mostrou até onde os escritores poderiam ter ido se tivessem se comprometido com isso de forma mais ponderada, pois o humor autoconsciente fez um enorme favor a Jennifer Walters/Mulher-Hulk, tornando-a completamente divertida. Além disso, eu gostei da exposição em fazer referências aos problemas recentes do MCU, parece que os grandes chefes da Marvel estão cientes e esperamos que eles tomem as medidas certas para serem arrumadas.

No geral, Mulher-Hulk dificilmente mostrou seu valor como super-heroína, a série até fez pouco caso dela ser considerada como uma futura participante dos Vingadores que tem uma força formidável e ela ainda terá que provar a si mesma se ela realmente quer ter esse peso e continuar com o legado do seu primo. A série poderia ter sido mais consistente e ter aproveitado com mais primor do talento de Tatiana Maslany, espero que a série melhore em uma nova temporada, pois a atriz merece um material melhor para mostrar todo o seu potencial.


Nota: 2,5/5

Trailer:


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