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Crítica do filme Os Fabelmans





Poucas pessoas no mundo têm uma paixão por fazer filmes que arde mais forte do que aquela que surgiu no coração de Steven Spielberg quando ele era criança. É difícil pensar em como seria a vida de um jovem Spielberg, no entanto, porque estamos tão acostumados a pensar nele como o cara que faz alguns filmes incríveis e isso faz parte do objetivo por trás de seu mais novo longa, Os Fabelmans, que não é exatamente a origem secreta de Steven Spielberg, mas nos apresenta sua própria visão ficcional de sua infância, o relacionamento de seus pais e o papel que o cinema desempenhou em transformá-lo no que conhecemos.

Vale destacar que parte do nascimento de um grande artista sempre envolve um drama familiar e neste filme cadenciado e explicativo acabamos tendo respostas não tão fáceis ao conhecermos Sammy Fabelman, um garoto que tem apenas oito anos quando seus pais Mitzi (Michelle Williams) e Burt (Paul Dano) o levam ao cinema. Sammy é uma criança ansiosa e seus pais acham que um filme sobre o circo é uma maneira segura de apresentá-lo as maravilhas da tela grande.

O que na verdade não é bem assim, pois o filme termina com um trem saindo dos trilhos depois de bater em um carro (filmado em miniaturas) e acaba dando pesadelos em Sammy e uma nova obsessão, quando simplesmente reencenar o acidente com um trem se torna uma paixão ao filmar o ocorrido para que ele possa assistir de novo e de novo e aqui vemos quando o talento é natural a apresentação se torna emocionante ao vermos os primeiros ângulos de câmera de um grande talento e sua mãe reconhece o talento quando ela vê que o seu filho tem.

A partir daí o filme se torna bem gostoso de ser assistido e o deixará sorrindo o tempo todo, com algumas cenas no meio que podem emocionar, pois Os Fabelmans é um filme emocionalmente doloroso e que as vezes não tem medo de ficar corajoso quando precisa. Com este longa, Spielberg realmente fez algo muito pessoal e percebemos isso com Gabriel LaBelle fazendo um trabalho fantástico no papel de Sammy Fabelman, fazendo-o se sentir como um garoto de verdade, com problemas em casa, mas com sonhos tão grandes que ele fica salivando só de pensar em alcançá-los.

Paul Dano também está ótimo em um papel que eu nunca pensei que o veria, um o intelectual reservado que é inteligente o suficiente para saber que há algumas coisas em seu casamento que ele não pode consertar e Michelle Williams tem a atuação mais emocionante de todo o filme como a mãe de Sammy, ela pega uma personagem que poderia facilmente ter se tornado a vilã da história e torna sua dor e luta profundamente solidária. Outro destaque surpresa aqui é Seth Rogen, que interpreta Bennie Leowy, o que faz com que as performances do filme tenham destaque especial (incluindo uma participação especial de David Lynch).

Mesmo que você não seja alguém que espera fazer um filme próprio algum dia, o longa tem algo para você em transmitir algo notavelmente maduro e incrivelmente inspirador, com um olhar otimista e com tudo isso sendo habilmente dirigido com o coração de Steven Spielberg, no qual ela colabora na produção e no roteiro junto com o ganhador do Pulitzer, Tony Kushner. A natureza humana é mostrada com olhar muitas vezes triste para uma família em ruínas, ao mesmo tempo em que celebra a alegria de fazer filmes. Este contraponto não funcionaria tão bem sem os truques técnicos que encantam com as emoções, tornando tudo uma verdadeira magia ao ser apreciado em uma trilha sonora emocionante feita com extremo capricho pelo o amigo de longa data de Spielberg, o lendário John Williams.

No geral, Os Fabelmans é uma carta de amor de Steven Spielberg ao cinema, mesmo com ritmo cadenciado, o longa ficcional da sua juventude tem uma trama bastante pessoal e mostra que para se tornar um gênio as adversidades no caminho são bastante comuns.

Nota: 4,5/5
Trailer:


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