Crítica do filme Aquaman 2: O Reino Perdido
O fim de uma era, o fim de um sonho, o fim de uma era
sombria, o fim de uma franquia que iria rivalizar com outros grandes heróis, o
fim de algo que poderia ser grandioso e que tem o seu final de forma melancólica,
esquecida, isolada, mas pelo menos divertida.
Aquaman 2 marca o fim do Snyderverso e do Universo
Estendido da DC (DCEU). Com um início promissor e ao mesmo tempo apressado para
se equiparar ao MCU, o DCEU prometia ser algo grandioso, colocando logo de cara
os dois heróis mais populares do mundo em um grande embate, Batman vs Superman,
salve Martha, e o resto virou história. Tem pessoas que amam e tem pessoas que
odeiam, mas BvS foi bastante importante na cultura pop e o longa é lembrado até
hoje por cenas controversas e ao mesmo tempo marcantes, como por exemplo a junção
da Trindade, com Batman, Superman e Mulher-Maravilha e também com aparições
surpresas de outros heróis que poderiam dar um rumo interessante ao Snyderverso/DCEU.
Entre esses heróis apresentados, tivemos o brutal Aquaman de
Jason Momoa, de forma imponente, Zack Snyder resolveu trazer as telonas um herói
brucutu, em vez do loirinho de franja arrumada como acostumamos a conhecer.
Essa visão diferente logo foi explorada de uma forma mais leve, mas com uma
pegada ainda que brutal por James Wan em Aquaman (2018), que acabou sendo uma
grata surpresa chegando ao sonhado 1 bilhão no universo DCEU. Com o grande o
sucesso, Wan e companhia ficaram encarregados que trabalhar em Aquaman 2, mas
no meio disso tudo o universo no qual o personagem de Jason Momoa estava inserido
acabou sendo engolido literalmente para o fundo do mar.
Com o fim de um universo e com uma história para contar,
James Wan teve um trabalho árduo para encaixar o seu longa na confusa linha do
tempo do fracassado DCEU, com repetidas refilmagens para encaixar o longa em um
“Reino Perdido”, acabou para que Aquaman 2 ficasse com a triste missão de encerrar
o Snyderverso e o DCEU. Assim como o primeiro filme, o longa acaba sendo
bastante desconexo do seu universo e mesmo que tenha uma história que explore o
nosso mundo, outros personagens não são citados também. O longa de James Wan
consegue ser bem inclusivo em ambientar o publico em um longa que é uma
sequência genérica, mas que pelo menos consegue ser divertida e auto inclusa
para quem irá assistir futuramente como um longa para passar o tempo, com a
explicação rápida do que aconteceu no primeiro filme do herói e nos inserindo
sem delongas ao enredo simplista desta nova aventura.
Infelizmente a história é bem vaga e explora causa importantes
(meio ambiente, aquecimento global, exploração de riquezas naturais) de forma
bastante desinteressante, entretanto, o carisma do competente elenco com Jason
Momoa, Patrick Wilson, Nicole Kidman, Dolph Lundgren, Yahya Abdul-Mateen II, Randall
Park e até Amber Heard (que não jogada para escanteio no filme e tem papel
importante na trama) fazem com que as 2 horas de duração não sejam cansativas e
até acabam entretendo o público com uma aventura que terá pitadas de muita ação,
comédia e até um pouquinho de sustos, algo característico de James Wan, que
mais uma vez acaba dando um show com sua câmera.
O ponto alto de Aquaman 2: O Reino Perdido é justamente o primor
de seu competente diretor, algo que Flash sofreu com o seu lançamento este ano,
aqui Wan usa e abusa de diferentes tons e também de ótimos enquadramentos, o único
porém que ele não consegue salvar um roteiro raso e sem muito drama para que o
publico fique mais envolvido com o vilão e até com alguns personagens que você acaba
vendo que sofrem, mas que não terão um final triste por conta da dramaticidade supérflua
que é empregada no longa.
No geral, Aquaman 2: O Reino Perdido é um filme divertido e que
serve para ser assistido com amigos e a família para passar o tempo, mesmo que o
longa queira se distanciar de uma despedida sincera no qual o DCEU merecia, pois
parece que o filme tem vergonha de ter feito parte deste universo e o ignora
completamente com o seu final que escancara o quanto que James Wan e Jason
Momoa ligaram o modo estou nem aí, dando um rumo totalmente desconexo, esnobe, isolado e
razoável ao falecido Snyderverso/DCEU com este fim melancólico, que descanse em paz e que venha o “Legado”
do DCU de James Gunn.
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