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CORINGA | O Coringa de um jeito que você nunca viu! (Crítica)

Ousado, dramático, perturbador e poderoso, esses são só alguns adjetivos que podemos usar para definir Coringa (Joker) 2019. Obra que já conseguiu conquistar facilmente seu espaço em minha lista dos melhores filmes de 2019. Coringa é um retrato da polarização doentia que nossa sociedade vive atualmente, e mais que isso, um forte conscientizador sobre problemas mentais e como falhamos em lidar com eles no dia a dia.

Antes de ir ao cinema, você precisa entender que Coringa não é um filme de herói, anti-herói ou até mesmo vilão, é algo diferente. Ele é a história de uma pessoa com sérios problemas mentais tentando se encaixar em uma sociedade que parece mais doente que o próprio protagonista. Então não espere ver um confronto entre o Palhaço do Crime e o Batman, pois isso não vai acontecer aqui. Esse não é o Coringa que já conhecemos, ele é algo distinto e que não precisa de nada além dele próprio para existir e funcionar.

(Imagem Promocional: Coringa – Warner Bros/DC)

Quanto ao roteiro, ele é simples e direto, acompanhamos a jornada de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) desde um pária da sociedade até se tornar o Coringa, um simbolo da violência e caos. A impressão que temos é de que uma história totalmente original foi escrita para depois sofrer alterações e adicionar elementos do mundo do Batman, esse Coringa tem diferenças drásticas em relação aos quadrinhos, como o fato de não vermos sua arma mais folclórica, o gás do riso, além da própria origem do vilão, bem diferente nas HQs. O filme possui várias referencias ao mundo do Homem-Morcego, mas todas elas poderiam ser facilmente alteradas e mesmo assim o filme continuaria funcionando.

A fotografia do filme é um espetáculo a parte, com uma estética retrô que nos leva de volta aos anos 70, incluindo o antigo logo da Warner Bros apresentado na abertura do filme, algo que cria um paralelo imediato com outros clássicos com temática parecida como, Taxi Driver: Motorista de Taxi (Taxi Driver) 1976. Além disso, como a narrativa acompanha a percepção de mundo de Fleck, temos cenas mais claras e outras mais escuras em uma tentativa de trazer para as telas o estado de espirito do protagonista. E diferente de muitos filmes do Batman, com visual predominantemente noturno, Coringa transita bem entre cenas durante o dia e a noite.

(Imagem Promocional: Coringa – Warner Bros/DC)

No quesito de som o filme também impressiona, seja com uma trilha sonora própria que só pode ser descrita como, se a trilha de Batman: O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight) 2008 tivesse sido feita na década de 70. Além disso o filme conta com músicas antigas para ajudar a dar o tom na insanidade do Coringa. A mixagem e efeitos sonoros cumprem o seu papel, mas Coringa é um filme que não exige tanto dessas áreas.

Não é possível falar das atuações sem exaltar, e muito, o trabalho de Joaquin Phoenix, que já chega chocando com um visual muito magro e ao mesmo tempo fora de forma, isso aliado à forma competente e psicótica com que leva seu Coringa, com certeza já o coloca com pelo menos uma mão no Oscar de melhor ator, se puder, faça um favor à você mesmo e assista o filme legendado para aproveitar ao máximo essa atuação. Mas não podemos deixar de falar de outras atuações sensacionais, como Robert De Niro e seu apresentador de talk show Murray Franklin, Frances Conroy como Penny Fleck mãe do personagem principal, Zazie Beetz é Sophie Dumond interesse amoroso doentio do Palhaço e Brett Cullen como Thomaz Wayne.

(Imagem Promocional: Coringa – Warner Bros/DC)

Coringa conseguiu transcender o gênero de filmes de super-heróis, se tornou algo maior e diferente, um filme de herói que não precisa de herói. E com certeza será um clássico a ser assistido e estudado no futuro para entender melhor os conturbados tempos que vivemos hoje, desde a polêmica envolvendo seu lançamento até a história densa e perturbadora da própria película. Se você está na dúvida entre assistir ou não Coringa, então coloque um sorriso nessa cara e vá logo!

Nota: 5 / 5

Trailer:


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