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AS PANTERAS | Um erro na blockchain cinematográfica (Crítica)

As Panteras (Charlie’s Angels) 2019, é um desserviço ao legado da franquia iniciado nos anos 70 com a série televisiva de mesmo nome. Roteiro ruim, atuações ruins, cenas de ação fracas, humor que não funciona, tudo isso regado à uma boa trilha sonora e estrelas de peso. Isso é As Panteras, um longa que ninguém pediu e que provavelmente cairá no esquecimento rapidamente, facilmente ofuscado pelos filmes que foram lançados no mesmo período.

(Imagem Promocional: As Panteras – Sony Pictures)

Enredo

Talvez esse seja um dos pontos mais baixos do filme, o enredo e progressão da história. Algo sem ritmo e que parece contar com uma certa estupidez do espectador para funcionar, seja com suas desculpas esfarrapadas para existir, seja pelos diálogos estranhos, seja pelos seguidos plot twists que já podemos prever no exato momento em que começam a ser desenvolvidos, ou em inserir Technobabble, que aparentemente não teve nenhuma consultoria científica e foi inventado pelo estagiário da sala de redação. O enredo de As Panteras parece saído de um clipe musical, sem compromisso em desenvolver uma história interessante.

Nele, somos apresentados à Elena (Naomi Scott), uma brilhante engenheira prestes a lançar um novo dispositivo chamado Calipso, que além de ser uma assistente virtual estilo Siri e Alexa, também é uma fonte de energia ilimitada. Acontece que devido a “um erro na blockchain” do aparelho, ele acaba também podendo ser usado como arma, liberando pulsos eletromagnéticos que causam derrames cerebrais mortais nas pessoas que estiverem próximas. Quando Elena pede para atrasar o lançamento do Calipso para consertar o defeito, e é ignorada pelos seus chefes, ela procura a ajuda da agência das Panteras. E é a partir daqui que a história tenta se desenvolver, com as protagonistas buscando recuperar os protótipos da geringonça, antes que caiam em mãos erradas.

(Imagem Promocional: As Panteras – Sony Pictures)

Arte

Quando comparadas às cenas de ação de outros filmes lançados no mesmo ano, as cenas de As Panteras parecem um teatro geriátrico, de tão lentas e sem graça. Com ideias que já estão mais que ultrapassadas, até para um filme medíocre de ação de 2019. O filme também conta com uma fotografia insossa, que parece ter medo de usar as cores e a iluminação em favor da ação. Quanto aos efeitos visuais, o lado positivo é que são na maioria efeitos práticos, o lado negativo é que quase todos já estão datados por terem sido utilizados até a exaustão em outros filmes do gênero.

Som

Talvez um dos poucos pontos positivos do filme, seja a trilha sonora, que é muito bem montada. Empolga e tenta tornar a experiência apática e atropelada da história, em algo frenético. Embora falhe miseravelmente em tornar a experiência em algo melhor, pelo menos a trilha evita que seja ainda pior. Sobre a mixagem e os efeitos sonoros, estão lá, mas são pobres e falham em criar a imersão necessária para que levemos a sério os tiroteios e explosões.

(Imagem Promocional: As Panteras – Sony Pictures)

Atuações

O filme conta com um excelente elenco, com nomes de peso, mas não adianta ter os melhores atores sem um bom texto, e é aqui que até as melhores atuações de As Panteras morrem. É de cortar o coração ver um ator do calibre de Sir Patrick Stewart tentando levar seu Bosley a sério, enquanto o texto cria um personagem boçal e idiota. No time das protagonistas contamos com dois extremos, de um lado temos a Sabina de Kristen Stewart, que consegue expressar emoções tão bem quanto uma bula de remédio. E no outro extremo temos Naomi Scott e sua Elena com uma atuação tão exagerada que beira a paródia. Fica claro que embora bem-intencionada, Elizabeth Banks não está pronta para dirigir um projeto deste tamanho.

Existem coisas muito melhores para se fazer com o seu tempo, em vez de assistir As Panteras, você pode assistir dois pombos brigando por um pedaço de pão, pode fazer um tratamento de canal, pode pintar uma parede e acompanhar a tinta secar ou pode pegar uma régua e medir o tamanho da grama da praça mais próxima da sua casa com o sol do meio-dia nas costas. Todas essas opções serão mais satisfatórias, que assistir essa versão capenga e defasada de 007. Faça um favor a você mesmo, e procure a série original com a bela Farrah Fawcett, você vai se divertir muito mais!

Trailer:


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