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THE MANDALORIAN | Crítica do Capítulo 04: Sanctuary - 1° temporada



É do conhecimento geral que os filmes de Akira Kurosawa foram extremamente influentes em George Lucas. Ver o episódio mais recente da série The Mandalorian reforça muito como uma das maiores franquia da Cultura Pop se baseou nas incríveis ideias de Kurosawa que se tornaram em histórias fenomenais.

No episódio 4, o Mandaloriano conhece Cara Dune (Gina Carano) e aceita um trabalho defendendo uma cidade agrícola de assaltantes. Os dois guerreiros precisam treinar os agricultores para lutarem contra o pesado armamento dos atacantes, e enquanto isso, Mando experimenta uma possível vida alternativa, onde ele se estabelece em paz. A estreia na direção da atriz Bryce Dallas Howard nos mostra um episódio divertido e colorido com o Baby Yoda tem toques mais fofos em momentos divertidos.

Ele é bem imprevisível neste capítulo, aparecendo onde não é esperado e se recusando a permanecer no lugar. (Porém, suas andanças não são uma piada relevante para a trama, o que as torna ainda melhores. Ele é um incômodo, mas silenciosamente). Seu papel neste episódio não se expande exatamente, mas ele age como a consciência de Mando, especialmente em relação ao final do episódio. Sua vontade de abraçar e ser mimado é um óbvio contraste visual com a relutância de Mando em tirar o capacete ou iniciar qualquer contato físico. 

Fora ainda que neste capitulo, Favreau intensificou o bromance do caçador de recompensas com a criatura verde ao estabelecer a personalidade do Mandaloriano nos três primeiros episódios, que está rentando evitar a guilda dos Caçadores de Recompensas. Boa parte do episódio se passa em um planeta muito distinto, em vez das belas, mas similares paisagens desérticas do primeiro arco de três episódios, aqui temos krills brilhantes e droides agrícolas dando uma paisagem rural misturada com baixa tecnologia que nós algo diferente, mas próximo da atualidade, uma aparência retro futurista. Mais uma vez, o programa evoca agradavelmente a sensação de ler um livro canônico de Star Wars com um capítulo de cada vez. 

O ritmo do show continua forte também e a música deste episódio explora mais território eletrônico do que no passado. A pequena campainha de alarme do temporizador de uma bomba se transforma em uma música de perseguição sintética que se encaixa perfeitamente em uma cena energética antes que a música retorne a um som mais tradicional. Também foi uma ótima opção parar a música inteiramente para a introdução de Cara Dune, colocando o foco diretamente nos combatentes. 

Todas as suas cenas são animadas pela aparição muito esperada da lutadora de MMA Gina Carano, cujas habilidades de atuação são tão talentosas quanto seus socos. A presença física de Cara Dune praticamente causa ondas de choque, ela é uma lutadora poderosa e forte que se encaixa sem esforço no mundo de Star Wars, mesmo que a franquia nem sempre é conhecida por dar destaque a personagens femininas nas cenas de ação. 

Ela e o Mando têm um relacionamento instantâneo, a coreografia os configura como imagens no espelho um do outro e os atores colaboram bem em um senso profundo de entendimento quando se trata da visão de mundo dos personagens, ambos são lutadores se escondendo e procurando uma nova causa pela qual lutar. E por falar nessas lutas, cada cena de luta neste episódio começa com um ritmo caótico, mas ganha clareza à medida que prossegue. A introdução de Cara é boa e a luta entre Mando e ela foi uma briga sem impedimentos, refrescantemente livre de truques Jedi e habilmente coreografada para incluir movimentos incríveis.

Os invasores em si não são muito notáveis ​​na arte da guerra mas conseguem fazer os agricultores, que são todos humanos, sofrerem bastante, esses invasores são todos alienígenas com aparência de cães (são Klatooinians, que foram introduzidos pela primeira vez em O Retorno de Jedi) e a arma mais poderosa deles é um AT-ST automatizado, muito mais assustador do que na trilogia Original, quando os Ewoks derrubaram alguns desses com pedras e árvores.

Fazendo o que foi prometido, Cara segue um novo rumo e o Mandaloriano resolve deixar o Baby Yoda para trás na pacífica vila agrícola, ele é tentado a ficar por causa do ambiente pastoral e também uma fazendeira local viúva acaba gostando dele, mas infelizmente essa vida idílica não serve para o nosso protagonista. Ela insiste também em tentar tirar o capacete dele o que torna o momento como indícios de ele vai tirar pra frente da câmera, mas neste momento, talvez seja muito, mas muito rápido mostrar ele sem o capacete, pois certamente isso deverá acontecer no final da temporada. No final o Mandaloriano muda de ideia e volta a pensar em fazer o que ele tomou como grande decisão, proteger o Baby Yoda e se solidificar de vez como um pai adotivo que está disposto a entregar a própria vida pela criança. 

Embora o núcleo emocional do episódio não seja tão forte quanto em “The Sin”, a introdução de Cara Dune e a clareza da direção merecem uma revisão geral positiva para este novo episódio da primeira série de TV em live-action da franquia Star Wars.


Leia as críticas dos primeiros episódios:


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