Novidades

INTO THE BADLANDS | Um épico distópico, brutal, belo, disciplinado e moderno (Crítica da Série)

O cinema chinês sempre foi uma grande realidade. Nem só de Jackie Chan, Jet Li ou do mestre supremo das artes marciais Bruce Lee vive a produção moderna chinesa. Há muito pra ver e descobrir, e quando um canal de tv interessado (e com muita grana pra gastar) como a AMC entra na jogada, pode crer que daí vai sair coisa boa, e como saiu.

Into the Badlands (AMC, 2015, Millar /Gough Ink, Daniel Wu, Miles Millar e Alfred Gough) apesar de ter sido curto (apenas 3 temporadas, pouco pra uma série do seu nível e orçamento), deu o seu recado, influenciou obras que vieram depois dela (inclusive filmes da Marvel!) e deixou uma horda de fãs no mundo que esperam (como os fãs de Penny Dreadful) por uma quarta temporada ou quem sabe uma continuação dos personagens.

Daniel Wu é Sunny – Into the Badlands – Foto por: James Minchin III/AMC

O seriado conta a história das Badlands, uma espécie de condado feudal dominado por barões que dominam o comércio de matérias primas e drogas, e isso inclui claro a vida das pessoas que trabalham e lutam por eles. Nesse micro universo se encontra o personagem Sunny (Daniel Wu, ator e artista marcial chinês, e que domina as duas artes com maestria, sendo também produtor da série) um clipper (assassino mantido pelo barão) de alta classe, e que tem uma reputação de longa data como assassino, tendo tatuagens de lâminas nas costas simbolizando cada morte que o guerreiro terá de pagar.

Mas nem só de força vive a série, temos também a personagem Lydia (Orla Brady em uma grande atuação) que mostra a força da persuasão feminina, primeiro com o bárbaro Quinn (Marton Csokas como um antagonista fanático e cruel) e depois tendo relações com outros barões e fanáticos como Pilgrim.

Aliás aqui sim temos grandes personagens femininos, eram outros tempos, sem lacração. E são personagens que realmente se impõe pelo que são e não pela tal “representatividade” de hoje em dia. Tais como A Viúva (Emily Beecham em um personagem que pode ter influenciado sua contraparte da Marvel), uma guerreira genial, poderosa, que persegue o poder supremo e que cresce junto com as temporadas e sua filha adotiva, Tilda (Ally Ioannides em um papel de uma regente lésbica e que também cresce com a série) e pra terminar temos o garoto M.K. (Aramis Knight como um assassino mirim), um garoto com um poder misterioso e genocida e que leva o símbolo de Azra, uma cidade perdida e tida como lenda, que será explicada apenas na terceira temporada. Atrás dessa cidade também está o monge gorducho Baije (Nick Frost como um trambiqueiro bom de briga e que esconde seu passado e seus segredos), que conheceu Minerva no passado, sendo seu mentor.

O enredo evolui de um mundo feudal pós-apocalíptico para um quase embate de super heróis nos episódios finais. Não há uma crítica social, mas sim exaltações ao existencialismo, as Badlands são o que são, e personagens como Waldo (Stephen Lang), um cadeirante e mestre de clippers são como a “consciência” da série, sempre lembrando os personagens principais do que são e do que mesmo que tentem fugir daquilo, continuarão sendo.

Enfim Into the Badlands é um seriado forte, brutal, completo, e muito emocionante, com bastante drama e lutas, principalmente nos momentos finais. O fim é digno e realmente nos deixa com uma certa saudade desse mundo de pessoas incertas, onde cada dia e luta conquistados é apenas isso, mais um dia, como o personagem título.


Crítica por: Marcos Roberto Neves – Instagram | Facebook

Nenhum comentário