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DETROIT: BECOME HUMAN | Uma alegoria sobre liberdade e preconceito (Review)

O ano era 2012, o local era o palco da GDC, e nele um dos fundadores da Quantic Dream, deixava claro. O que seria mostrado na sequĂȘncia nĂŁo se tratava de um novo jogo em produção, mas sim, uma demonstração da nova engine da companhia, que seria usada nos prĂłximos lançamentos. Com essa introdução e sem a pretensĂŁo de ver as prateleiras das lojas algum dia, foi exibido pela primeira vez Kara.

No vĂ­deo com menos de 10 minutos, era mostrado uma linha de montagem de androides, renderizada em tempo real, com belos grĂĄficos para a Ă©poca. Nela vemos a montagem da androide Kara, que durante seus testes demonstra ter ganhando senciĂȘncia. Era criado ali um conceito legal de mais para ser deixado de lado, e felizmente ele nĂŁo foi, pois alguns anos depois chegaria ao Playstation 4 e PC o magnĂ­fico Detroit: Become Human, trazendo em seu enredo a mesma essĂȘncia da Tech Demo de 2012, com direito atĂ© a uma homenagem, com uma das protagonistas do game se chamando, Kara.

No enredo do game somos apresentados a um futuro, onde a humanidade Ă© capaz de fabricar androides idĂȘnticos aos humanos. Com isso os androides passam a substituir os humanos em vĂĄrios tipos de trabalho, o que gera desemprego e nesse cenĂĄrio de desigualdade temos gente rica cercada por androides ajudantes e muitas pessoas que odeiam os robĂŽs por terem roubado seus empregos. JĂĄ com alguma ideia sobre como funciona esse mundo complexo, somos apresentados aos 3 protagonistas do game, Connor, Kara e Markus.

(Imagem Promocional: Detroit: Become Human – Epic/Quantic Dream)

Connor Ă© um androide criado para caçar e capturar androides que se tornam divergentes, ou seja, androides que por algum motivo começam a se comportar de forma fora do padrĂŁo. Kara Ă© uma androide empregada na casa de Todd, um pai alcoĂłlatra e abusivo. E Markus Ă© um androide cuidador, que vive uma relação de pai e filho com seu dono, o famoso pintor Carl, nessa relação Markus Ă© sempre desafiado a transcender sua programação para se tornar algo melhor. A partir dai cada protagonista viverĂĄ sua prĂłpria jornada separada, mesmo que em algum momento os trĂȘs estejam destinados a se cruzar de alguma forma.

Se vocĂȘ jĂĄ Ă© um jogador dos games da Quantic Dream, entĂŁo vai se sentir em casa no quesito jogabilidade. Detroit: Become Human segue o mesmo esquema de jogo de seus antecessores, sendo um jogo focado na histĂłria, com jogabilidade simples. Com controles voltados para, quick time events e exploração com interaçÔes nos cenĂĄrios. Para os fĂŁs de ação, esse tipo de jogabilidade pode parecer um balde de ĂĄgua fria, mas uma vez que vocĂȘ se acostume e comece a seguir a histĂłria, tudo acaba virando uma experiĂȘncia bem prazerosa.

(Imagem Promocional: Detroit: Become Human – Epic/Quantic Dream)

Os gråficos de Detroit: Become Human são muito bons e bem trabalhados nos detalhes, algo esperado nos games desta produtora. Um dos destaques fica para as expressÔes faciais dos personagens que aqui, estão melhores do que nunca. Outro ponto alto são os cenårios, cheios de detalhes e vida. Algo que se pode mencionar também, é o inteligente design do game. Como por exemplo os detalhes das roupas dos androides, que de forma sutil, lembram os adereços nas roupas que os judeus eram obrigados a usar nos países nazistas da Segunda Guerra.

O ĂĄudio do jogo conta com diĂĄlogos em portuguĂȘs brasileiro, tudo com uma excelente dublagem, os personagens tĂȘm vozes que se encaixam com suas aparĂȘncias e personalidades, e as interpretaçÔes estĂŁo sensacionais. O que acaba ajudando os personagens a serem ainda mais carismĂĄticos, atĂ© o final da histĂłria vocĂȘ vai acabar se apegando a alguns personagens com certeza. Apenas lembre-se, nessa aventura qualquer um pode morrer a qualquer momento.

(Imagem Promocional: Detroit: Become Human – Epic/Quantic Dream)

Detroit: Become Human Ă© um jogo sensacional, com uma histĂłria que traz em forma de metĂĄfora tudo que o ser humano pode fazer de pior, desde segregação racial atĂ© o holocausto. Tudo trazido de forma distante e discreta, na forma de uma aventura onde trĂȘs mĂĄquinas vĂŁo se tornando indivĂ­duos e com isso buscam o bem mais valioso para qualquer ser senciente, liberdade. Se vocĂȘ curte belos grĂĄficos, com histĂłrias cativantes e emocionantes, esse jogo Ă© para vocĂȘ. EntĂŁo nĂŁo perca tempo, e vĂĄ jogĂĄ-lo agora mesmo!

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