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I AM NOT OKAY WITH THIS | De forma divertida, série da Netflix homenageia grandes produções! (Crítica da 1° temporada)

Em algum momento entre Carrie White, Kitty Pryde e Buffy Summers, as adolescentes badass se tornaram uma combinação vencedora. Todos esses hormônios, toda aquela solidão e raiva, todo aquele sentimento de estar aterrorizadas e emocionadas com a sexualidade crescente se tornou uma metáfora bastante explorada em filmes e séries.

Se em produções conhecidas como Garota Infernal temos o ponto irônico de que o ensino médio é um inferno e os amigos e adultos podem ser os demônios, a nova produção original da Netflix, que mistura drama com comédia, I Am Not Okay with This, adapta de forma serena a história em quadrinhos de Charles Forsman, onde acompanhamos a história de Sydney Novak, interpretada por Sophia Lillis. Syd é uma estudante de 17 anos da Pensilvânia, auto descrita como uma “garota branca chata”. Ela não é especial, ela nos diz, mas está bem com isso. 

Sophia Lillis, Wyatt Oleff e Sofia Bryant em cena da série ‘I Am Not Okay with This’ / Netflix

Através da narração sardônica em seu “querido diário”, logo nos é revelado outros personagens centrais da história como a mãe e o irmão mais novo (Kathleen Rose Perkins e Aidan Wojtak-Hissong), a melhor amiga Dina (Sofia Bryant) e o vizinho excêntrico Stan (Wyatt Oleff). Ficamos sabendo também que Syd começou a manifestar poderes misteriosos em momentos de intenso estresse e que seus problemas começaram muito antes disso.

Lillis, vista recentemente em It: A Coisa e Maria e João: O Conto das Bruxas (leia nossa crítica do filme aqui) faz outra vez uma excelente interpretação e mostra que tem liderança para segurar o protagonismo como grande estrela do cinema e das séries de TV, pois a série foca bastante em sua personagem e a atriz entrega com maestria uma Syd que está agradavelmente insatisfeita e atraente. Wyatt Oleff, que  estrelou ao lado Lillis ambos os filmes de It: A Coisa também é engraçado e carismático como Stan. Sofia Bryant é luminosa como o melhor amiga de Syd e a química com Lillis na série fervilha bem o destino das meninas.

O elenco não é o problema, é a familiaridade da história que sangra a cor desta série. Localizada ao longo de uma semana, ela chega a todas as pedras da escola secundária que você pode imaginar: um comício, um jogo de futebol, uma festa em casa, uma dança do baile com rei e rainha. Isso acaba sendo uma dependência excessiva de uma citação cinematográfica ou neste caso podemos considerar como uma homenagem de um cenário no qual transmita ao espectador que já esteja familiarizado antes como em Carrie, a Estranha (obviamente pelo final da temporada é clara homenagem) e até uma vaga lembrança de Donnie Darko também. 

Sophia Lillis em cena da série ‘I Am Not Okay with This’ / Netflix

Nesse ponto de misturar de forma divertida e homenagear grandes clássicos, você pode até lembrar de Stranger Things (temos os produtores da popular série da Netflix neste show) que também faz uma mistura de influências retrô, mas funciona porque as cita dentro de um universo que tem sua própria identidade. 

Ultimamente muitas produções da Netflix vem usando está fórmula, obviamente para alguns pode se tornar cansativo, mas dependendo da abordagem isso não se torna tão enfadonho e é justamente que a curta primeira temporada, que tem somente sete episódios, com média de 20 minutos, nos oferece. Mesmo que ela nos deixe com pouco tempo para estabelecer uma mitologia ou fazer com que seus espectadores sintam o rumo concreto do show.

Muitas dúvidas e pontas soltas na narrativa são percebidas, mas a descoberta junto com Syd faz o enredo se tornar divertido. Obviamente que as tiradas com humor ácido e o leve suspense para saber como a protagonista irá desenvolver seus misteriosos poderes se torna uma caixa de pandora, no qual a cada revelação é uma grata surpresa. 

Sophia Lillis e Wyatt Oleff em cena da série ‘I Am Not Okay with This’ / Netflix

No geral a série poderia ter revelado mais respostas caso tivesse mais episódios ou que esses episódios não fossem tão curtos, entretanto a produção da primeira temporada tem grande êxito por se tornar bastante envolvente e viciante pela praticidade de ser uma produção instigante que serve para você poder maratonar esta primeira temporada da série em menos de 3 horas. Que venha logo a segunda temporada com mais misteriosos e grandes novidades envolvendo Syd e sua trupe.


Trailer:

https://youtu.be/Ndz09ow8a2A

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