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THE GOOD PLACE | Última temporada da série termina de forma genial (Crítica da 4° temporada)

The Good Place é uma série de comédia criada por Michael Schur, conhecido por seu trabalho em outros sucessos do gênero, como The Office, Saturday Night Live e Brooklyn Nine-Nine. Só ao olhar a ficha de Schur, já imaginamos que virá algo bom de seus trabalhos. 

The Good Place não foge disso. A série estreou em 2016 pela NBC e terminou agora no início de 2020, sendo transmitida no Brasil com exclusividade pela Netflix. Ao todo, temos 4 temporadas, em um total de 53 episódios da série, que tem como protagonistas Kristen Bell, William Jackson Harper, Jameela Jamil e Manny Jacinto, que interpretam os humanos Eleanor, Chidi, Tahani e Jason respectivamente, além de D’Arcy Carden, que interpreta a forma de vida artificial Janet e Ted Danson no papel do demônio Michael.

Farei a crítica com o mínimo de spoilers possíveis, não entregando o que de mais importante tivermos nessa 4ª temporada.

Vamos introduzir brevemente um pequeno contexto de The Good Place…

A série traz uma premissa diferente desde sua 1ª temporada, e busca seguir a mesma linha de pensamento com o desenrolar de cada nova temporada. Somos apresentados a 4 humanos que perderam suas vidas e que conseguiram garantir sua vaga no “Bom Lugar”. Pelo menos é isso que eles pensam quando a trama se inicia. 

Ao longo das 3 primeiras temporadas, The Good Place passa por uma montanha-russa de tramas e também de qualidade. Com uma ótima 1ª temporada, a série conseguiu fãs que a sustentaram mesmo quando os episódios não conseguissem trazer nada de novo ou agradável. Podíamos sentir, especialmente na 3ª temporada, que já havia sido espremido todo o suco das laranjas que eram as histórias e complexidades dos personagens principais.

Fomos jogados em um loop de ideias repetitivas e tramas que só trocavam de roupa e que se tornavam mais tediosas do que engraçadas, o que deveria ser o foco principal de uma comédia, onde os protagonistas perseguiam a todo custo uma forma de entrar de fato no Bom Lugar e eram sempre atrapalhados pelo líder do Lugar Ruim, Shawn (Marc Evan Jackson).

As idiossincrasias de cada um dos protagonistas da série deixaram rapidamente de ser engraçadas para se tornarem irritantes em certo ponto. Nem mesmo os personagens de apoio esporádicos que apareciam conseguiam cativar a quem está atrás da telinha acompanhando a série.

Mas vamos falar da 4ª temporada da série…

Mas eis que chega a sua 4ª e última temporada, e The Good Place parece reencontrar sua originalidade e nos brindar com bons episódios e um final, que defino simplesmente como genial. Ao deixar de perseguir cegamente uma forma de entrar no Bom Lugar, e focando em mostrar a Juíza que o sistema geral da vida pós-morte é falho e precisa ser corrigido, a série retorna aos trilhos e passa a caminhar de forma natural e fluida novamente.

E nem tudo são flores, como já era de se esperar. Obviamente nossos queridos protagonistas irão conseguir chegar ao Bom Lugar e verão que até mesmo ali, na verdade principalmente ali, existem grandes falhas que seres imortais e que nunca estiveram do outro lado da moeda (no caso, vivendo como seres humanos, todas as suas fraquezas, vulnerabilidades, falhas e também qualidades, projetos de vida, etc), se provam incapazes de corrigir. 

A evolução de cada um dos personagens se mostra mais real e visível do que nunca nessa 4ª temporada. Vemos Eleanor, Chidi, Tahani e Jason mostrando que cada situação vivida desde o primeiro episódio da série contribuiu para a construção de personagens complexos e de fato merecedores de estarem ali no Bom Lugar. Também a evolução de Janet e principalmente de Michael nos mostra que até mesmo as mudanças mais improváveis podem ocorrer com as pessoas quando estar convivem com quem realmente se importa com suas vidas de forma recíproca e verdadeira.

No final, The Good Place consegue mostrar satisfatoriamente que a amizade pode melhorar as pessoas, ou demônios (também poderia piorar, mas essa nunca foi a intenção aqui), traz um final genial, que nos faz refletir sobre esse que é um dos maiores, senão maior mistério da humanindade. O que acontece após morrermos? Se cairmos no sistema implementado ao final de The Good Place, eu particularmente ficarei bastante satisfeito!

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