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LUTA POR JUSTIÇA | Um filme para nos lembrar que a justiça também pode ser injusta (Crítica)

Luta por Justiça (Just Mercy) 2019, é mais um daqueles filmes que traz uma verdade inconveniente para que o expectador possa refletir sobre o sistema. A bola da vez é a pena de morte, e como o estado e a imprensa podem tornar um inocente em culpado apenas para oferecer a solução de um crime, mesmo que essa solução nem sempre seja real. O longa traz excelentes atuações e uma história poderosa, que foi baseada em fatos reais.

(Imagem Promocional: Luta por Justiça – Warner Bros.)

O filme começa nos apresentando Walter McMillian (Jamie Foxx), um lenhador negro, que logo nos primeiros minutos do longa é preso por um assassinato que não cometeu. E como desgraça pouca é bobagem, tem sua sentença trocada de prisão perpétua para pena de morte. Em seguida somos apresentados ao então estudante de direito Bryan Stevenson (Michael B. Jordan), cujo o maior desejo é ajudar aqueles que não tem quem os defenda. O tempo passa e Stevenson já formado, decide ir para o Alabama, onde assume o caso de McMillian e seus colegas de cela do corredor da morte. Mas não vai demorar, até o jovem advogado descobrir que naquele lugar dependendo da sua origem você sempre será culpado, mesmo sendo inocente.

Visualmente o filme é agradável de assistir, com uma fotografia clara que ajuda a transmitir todo o calor do Alabama. A iluminação é bem trabalhada de modo geral, o que ajuda a destacar várias tomadas. Os efeitos visuais são poucos, mas são extremamente bem-feitos. Outro destaque fica para ambientação, que se passa entre os anos 80 e 90 e traz com fidelidade vários aspectos destas décadas. A arte do filme como um todo é realmente bem produzida.

(Imagem Promocional: Luta por Justiça – Warner Bros.)

No quesito áudio o longa conta diálogos bem trabalhados, e que conseguem trazer aquela experiência de tribunal necessária para esse tipo de filme. Aqui os efeitos sonoros são poucos, mas também cumprem seu papel e funcionam como deveriam. Já a trilha sonora, é quase inexistente, e quando aparece vem de forma sutil, especialmente como músicas de rádio ou igreja.

Quanto as atuações, aqui Jamie Foxx brilha, trazendo toda a emoção e revolta reprimida de um homem inocente que foi condenado à morte, e que perdeu toda sua fé no sistema que deveria lhe proteger ao invés de lhe executar. Michael B. Jordan também tem seus momentos, e de modo geral entrega um trabalho sólido e convincente. Entre os atores com maior tempo de tela a única decepção é a outrora ganhadora do Oscar, Brie Larson, que aqui entrega um trabalho insosso e quase sem alma.

(Imagem Promocional: Luta por Justiça – Warner Bros.)

Luta por Justiça é uma experiência que nos deixa com um gosto amargo na boca quando acaba, e é certamente um filme para refletirmos sobre como a justiça funciona. Será que ela trata todos de forma igual? Quantos inocentes foram usados para permitir que algum criminoso de verdade ficasse impune? Em tempos como os atuais esse tipo de questionamento se torna cada vez mais válido. Enfim, o longa é um prato cheio também para quem curte boas atuações e filmes de tribunal.


Trailer:

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