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BLOODSHOT | Sony falha mais uma vez ao tentar criar um universo compartilhado com um filme nada interessante! (Crítica)

Não precisamos olhar muito para trás para ver o ‘Dark Universe’ da Universal Pictures ou os últimos anos da DC com seu ‘Universo Estendido’ se debatendo sob visões criativas contenciosas. Mesmo a ‘Fase 1’ da Marvel, incluindo alguns filmes que não foram lá essas coisas como O Incrível Hulk, Thor e Homem de Ferro, geralmente seguem o caminho de incursões malsucedidas na construção de um universo compartilhado e são um aviso para qualquer estúdio que queira começar o seu próprio. É difícil criar um e mesmo quando você tem um bom diretor, um elenco de grandes estrelas e um roteirista experiente com o apoio de uma equipe de produção de primeira linha, o estúdio de cinema está enfrentando uma situação bastante difícil. 

Vale lembrar que a Sony já esteve aqui antes, com os desastrosos filmes de Marc Webb  e Andrew Garfield, O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2, que pretendiam criar um universo mais amplo de heróis e com alguns filmes em spin-off de vilões em seus próprio universo independente, um feito que obteve sucesso só recentemente com o resultado de um acordo com a Marvel Studios. Agora com a Sony adquirindo os direitos dos personagens dos quadrinhos da Valiant para sua última tentativa de um universo cinematográfico com Bloodshot, é natural se perguntar se a Sony está açoitando um cavalo morto e tentando tirar sangue de pedra.

Bloodshot (Vin Diesel) e Jimmy Dalton (Sam Heughan) em cena do filme BLOODSHOT / Sony Pictures

Bloodshot é objetivamente fraco. No entanto, para os fãs de filme de ação dos anos 80 e 90, a aparente bagunça sem charme pode agradar os entusiastas do gênero em um longa simples que consegue se aproximar muito bem de uma diversão para passar o tempo. O filme é até agradavelmente divertido em algumas das sequências de ação que ele produz, com um bom CGI e tudo mais. 

As cenas de luta nebulosas e iluminadas pelo palco têm uma espécie de textura reconfortante de movimentos reais, no entanto, o mal-estar geral em torno da saturação dos filmes de quadrinhos pode ser sentido em todos as cenas simples, o que faz do longa ser bem previsível com reviravoltas que parecem ter conclusões bastante precipitadas. Fora ainda que o enredo é baseado em nenhuma história específica dos quadrinhos e se assemelha muito em um conjunto de produções saturadas no qual você já viu em milhões de filmes de ação. 

Dr. Emil Harting (Guy Pearce) e Ray Garrison (Vin Diesel) em cena do filme BLOODSHOT / Sony Pictures

No longa Vin Diesel é Ray Garrison, um vigilante zangado, impulsionado pelo desejo de vingança dos homens que mataram sua esposa. Bloodshot nasce desse pano de fundo ao ser agregado em uma história em que ele também foi morto neste ataque e foi ressuscitado pelo cientista louco feito por Guy Pearce, como uma máquina de matar definitiva infestada de nano robôs para uma organização sombria.

A história é bem desgastada e previsível, um fato que provavelmente não surpreende aqueles que conhecem o trabalho do roteirista Jeff Wadlow (Kick-Ass 2). O que pode surpreender então é as partes boas e interessantes que podem ser creditadas para o coescritor e indicado ao Oscar, Eric Heisserer (A Chegada). Bloodshot  é a estreia na direção de David S.F. Wilson, um homem conhecido anteriormente apenas por seus comerciais de videogame. Mas bom para ele, pois apesar de alguns erros básicos de narrativa, o filme não é uma bagunça completa e o apoio de Jacques Jouffret como o principal responsável pela fotografia fazem das filmagens permanecem em consonância com os outros pontos altos do filme.

Ray Garrison (Vin Diesel) em cena do filme BLOODSHOT / Sony Pictures

Os produtores de Bloodshot estão claramente conscientes de quão difícil é lançar uma nova franquia de quadrinhos, mas em vez de sair atirando para todos os lados ao arriscar uma produção em algo não tão conhecido, aqui poderíamos ter tido uma ajuda mais forte no conhecimento do público em geral nos heróis da Valiant, o que poderia causar uma melhor primeira impressão.

No geral tudo aqui é tão seguro, elegante e cínico que você pode se sentir enlouquecido em nome da Valiant pela maneira como a Sony está zoando suas propriedades com algo raso e sem sentido. O que é uma pena, pois esse filme parece que não segue uma trama estabelecida e tem um roteiro previsível e sem vida, com alguns ajustes vagamente interessantes. Outra coisa bastante normal é que Vin Diesel continua sendo ele mesmo nesse filme também, o que acaba sendo outro ponto frustrante em um projeto que se fosse entregue nas mãos de pessoas mais competentes, poderíamos ter aqui um longa bem melhor.


Trailer:

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