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PATRULHA DO DESTINO | Parceria bizarra e as faces de Crazy Jane - Episódio #05: Paw Patrol (Crítica)

Mais um episódio da inédita série do serviço de streaming da DC Comics foi lançado e as coisas envolvendo a produção continuam incríveis. Este quinto episódio foi brilhante e com toda certeza foi de longe o mais próximo que a produção conseguiu captar do genuíno estilo de Grant Morrison. A Patrulha do Destino continua com o plano para tentar salvar o mundo de uma “maneira diferente”, ao invés de usar a força bruta contra o problema em questão (embora ainda haja mais do que um pouco de brutalidade envolvida), os heróis parecem estar usando o lado emocional como grande força interior. Para seres estranhos e que sempre foram taxados com tom pejorativo é de suma importância fortalecer esse laço nos personagens, algo que a produção vem fazendo com grande louvor.

Mergulhando nos aspectos positivos, este show tem o melhor elenco de uma série de televisão com super-heróis. Grande parte do sucesso deste episódio pertence à incrível Diane Guerrero como a Crazy Jane/Penny Farthing/Hammerhead/Doctor Anderson/The Hangman’s Daughter. Ela tinha o dever de quintuplicar (no mínimo) sua atuação neste episódio conseguindo fazer com que cada uma das personalidades de Jane fosse distinta e humana.

Tudo é diferente em seu olhar, em seu modo de andar ou em seu tom de voz, as mudanças em Jane seriam evidentes mesmo sem o auxílio de efeitos visuais. A sequência durante a terapia de Jane, na qual ela vacila entre o desespero absoluto e a superioridade presunçosa é uma lição de teatro na atuação da atriz. Guerrero nunca se sente como se estivesse fazendo um show de uma mulher, ela simplesmente é uma. O equilíbrio perfeito de controle e destemor em sua performance também ajudou a tornar o que poderia ser um conceito muito problemático em um personagem viável e amável (Sim, Hammerhead é uma personalidade adorável).

Em outro lugar neste episódio, April Bowlby continua sendo a arma secreta do programa. Quanto mais Rita baixa a guarda, mais vemos o quanto de sua disposição anterior foi um ato consolidado. Rita não se permitiu se importar profundamente em décadas, mas sua compaixão recém-descoberta a está tornando mais poderosa do que nunca. Tudo isto é comunicado através do desempenho em camadas do Bowlby. Alguns episódios atrás, seu momento de pânico nesse episódio a teria reduzido em uma bolha destrutiva. Aqui, ela se reúne na esperança de acertar as coisas. É um grande momento da personagem que também funciona como desenvolvimento de enredo.

Falando da trama, neste episódio tivemos vários momentos bizarros. Para ser claro, ainda existem vários mistérios em torno de Crazy Jane e seu verdadeiro passado. No entanto, este episódio usa brilhantemente a viagem no tempo como um meio de não apenas resolver o enredo nos dias atuais, mas também ilumina com mais clareza a origem de Jane.

No meio disso tudo ainda tivemos as ações de Niles Caulder e do Sr. Ninguém que conseguem salvar o mundo, mas aqui fica o questionamento da equipe com o personagem de Niles. Várias dúvidas surgiram como por que ele escolheu salvar Jane? Qual é exatamente a sua verdadeira conexão com o Sr. Ninguém? E por que ele não dividiu aquela bebida com Willoughby? Que foi que ele fez? Os escritores são tão bons em responder perguntas enquanto levantam novas, a série mostra com primor que seus personagens são bem misteriosos.

Entretanto, tivemos um momento que pareceu desnecessário neste episódio que foi a discussão entre a barata e o rato. Sim, o show está claramente tentando estabelecer a barata como personagem por algum motivo, mas essa foi a primeira vez em que sua presença pareceu distrair a trama geral. Havia tantas outras coisas que precisavam ser feitas neste episódio que uma longa cena de diálogo com a barata poderia ter sido descartada.

Dito isto, “Paw Patrol” ainda é um ótimo e divertido episódio da série do DC Universe, pois tivemos vários exemplos neste capítulo que abraçaram os aspectos mais estranhos de Gerard Way e Grant Morrison. Tudo continua tão maluco quanto nos episódios anteriores, mas com uma concepção um pouco diferente.

Os efeitos desse episódio são talvez os mais fortes desde o início da série. Os efeitos de metamorfose de Rita são um ótimo exemplo de “menos é mais”. O pouco de derretimento que vemos nela nesse episódio é feito com muito bom gosto, permitindo que April Bowlby tenha uma área ampla, mesmo com um efeito desumano. É um belo cruzamento entre os talentos da atriz e da equipe de efeitos especiais. Até mesmo a entidade Decreator ficou boa. 

Basicamente, a série da Patrulha do Destino continua super estranha, mas com um episódio que resulta em novidades interessantes para o enredo do supergrupo. Os fãs das HQs da equipe que liam na época da Vertigo e da Young Animal ficarão muito contentes com as doideiras deste espetacular quinto episódio!


Confira a promo em vídeo do episódio 06, intitulado Doom Patrol Patrol:


Leia as críticas sobre cada episódio da série Patrulha do Destino:

PATRULHA DO DESTINO | Primeiras impressões da nova série do DC Universe – Episódio #01: Pilot (Crítica)

PATRULHA DO DESTINO | Se aventurando em um lugar inesperado! – Episódio #02: Donkey Patrol (Crítica)

PATRULHA DO DESTINO | Tudo sob controle? – Episódio #03: Puppet Patrol (Crítica)

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