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DUNCANVILLE | Primeiras impressões da nova série animada dos produtores de Simpsons (Crítica)

Ao assistir à estreia de Duncanville, nova série animada da Fox, pode ser fácil esquecer que a co-criadora da série Amy Poehler exprime tanto Duncan quanto sua mãe. É um testemunho das habilidades de Poehler de brincar com crianças, claramente aperfeiçoadas quando ela estava interpretando a hiperativa Kaitlyn em Saturday Night Live. Agora Poehler juntou forças criativas com os ex-produtores dos Simpsons, Julie e Mike Scully, para um peculiar novo show de animação no Fox Channel.

Na pré-estreia do episódio piloto, Duncanville nos mostra que por enquanto a nova produção animada é muito menos divertida em comparação com os trabalhos anteriores de Poehler. inicialmente isso não é uma marca contra o programa, que tem uma vibe levemente inspirada em algumas produções do canal, mas colocar logo de cara um adolescente em plena puberdade e uma família que adotou uma criança oriental que acaba insinuando um incesto com seu meio irmão acaba sendo algo forte demais em um episódio de apresentação, entretanto Duncanville acaba seguindo mais referências à tecnologia e o surrealismo dos Simpsons fazendo com que o protagonista animado Duncan seja o personagem menos interessante.

Imagem da série animada ‘Duncanville’ / Fox Channel

De fato, o programa começa enfatizando a vida de Duncan, como se um relatório com uma “nota C +” emoldurado em seu quarto seja uma medalha desqualificada, o que gera uma piada velha sobre como os adolescentes da Geração Z são extremamente desleixados e se importam com pouco. Ao continuarmos no quarto do protagonista, percebemos que Duncan está sonhando em escalar uma montanha chamada Ânus do Diabo e aparentemente todos os outros que tentaram falharam porque eram muito inteligentes. Duncan acredita em sua força e que ele é uma pessoa incrível que possui certo conhecimento em conseguir vencer vários desafios. De repente a série mostra como ele até conhece vários assuntos e até os relacionam com sucessos da cultura pop como o documentário que venceu o Oscar, Free Solo com o alpinista Alexandar Honnold, que generosamente dá a Duncan seu Oscar.

Logo em seguida Duncan acorda de seu sonho em que repentinamente a Mulher-Maravilha está prestes a beijá-lo, mas ele acaba sendo acordado da sua cama para que seu pai possa ensiná-lo a dirigir. Seu pai, Jack, é dublado por Ty Burrell, que interpreta um pai muito mais interessante do que seu famoso personagem em Modern Family. Ele é obcecado em se relacionar com seus filhos a tal ponto que toda rejeição de seu amor o coloca em profunda depressão. Suas referências a seu próprio pai abusivo tornam a necessidade do amor e da aprovação de seus filhos muito mais doce do que tem o direito de ser.

Imagem da série animada ‘Duncanville’ / Fox Channel

Duncan é péssimo ao dirigir e totalmente desmotivado para mudar – até que ele fica com seus amigos e sua paixão por Mia (dublada originalmente por Rashida Jones) que acaba mencionando que viu ele dirigindo. Ele fica com um  normal e exagerado tesão enquanto conversava com ela e cena da série começa a fazer nos lembrar que a série pode explorar um lado cômico sexual igual em Big Mouth.

Entretanto, essa paixão motiva Duncan a pedir à mãe para ensiná-lo a dirigir. Ela fica feliz em fazê-lo depois que ele diz que a ajudará com suas tarefas, incluindo ser a motorista designada para o clube do livro. Os amigos de Duncan (Betsy Sodoro, Yassir Lester, Zach Cherry) vêm com algumas piadas prontas que serão divertidas de assistir ao longo da série. Eu acho que será interessante ver como esses veteranos de comédia escrevem sobre adolescentes hoje em dia. É engraçado que uma das crianças tenha uma presença grande o suficiente no Twitter para conseguir coisas grátis.

Imagem da série animada ‘Duncanville’ / Fox Channel

Embora Duncanville não tenha um personagem central convincente, a animação tem muito coração fazendo com que está nova empreitada da Fox possa nos desfrutar um universo muito divertido e engraçado. Apesar de explorar uma comédia bastante familiar que as vezes se altera para um tom meio pesado e sem graça, Duncanville é genuinamente surpreendente em algumas partes e doce demais em outras.

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