Novidades

BORAT: FITA DE CINEMA SEGUINTE DE BORAT | Um retorno inesperado (Crítica)

O ano de 2020 foi marcado por ser o ano do inesperado, ninguém jamais imaginaria que durante o ano teríamos tantas surpresas. Do adiamento dos filmes mais aguardados, ao total fechamento dos cinemas. Eis que dentre tantas surpresas ruins, finalmente surge uma boa, na forma do retorno de uma das personas de Sacha Baron Cohen favoritas dos fãs, Borat. O 2º melhor repórter do Cazaquistão retorna bem mais comportado em relação ao primeiro longa e troca a premissa de mockmentáry descarado por uma missão secreta.

(Imagem promocional: Fita de Cinema Seguinte de Borat – Amazon Prime Video)

O enredo de Borat: Fita de Cinema Seguinte de Borat (Borat Subsequent Moviefilm) 2020 é bem simples, assim como no primeiro filme. Na história Borat acabou tornando o Cazaquistão em uma piada mundial com o seu documentário, com isso o ingênuo repórter acaba condenado à trabalhos forçados nas minas de potássio e agora é uma figura odiada em seu próprio país. Mas isso está prestes a mudar, agora que o governo do Cazaquistão tem uma missão especial, que somente Borat com seus conhecimentos sobre os Estados Unidos, pode realizar.

A história segue, com Borat chegando aos Estados Unidos, onde tem a importante missão de entregar ao presidente Donald Trump um presente em troca dos favores do “durão” líder dos Estados Unidos. Que segundo Borat, se relaciona com outros chefes de estado durões, como Vladimir Putin presidente da Rússia, Kin Jong-un líder da Coreia do Norte e até mesmo o então presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Nessa jornada Borat contará com a companhia de sua filha adolescente, Tutar (Maria Bakalova), que sonha em ser uma princesa como Melania Trump.

(Imagem: Fita de Cinema Seguinte de Borat – Amazon Prime Video)

Seria injusto avaliar com mais rigor questões de direção de arte como fotografia, enquadramento e outros fatores técnicos, pois embora o longa não se apresente explicitamente como um documentário propriamente dito, como no primeiro Borat. Ele foi gravado em sua maior parte como se fosse um, com as pessoas envolvidas na história pensando que estavam participando de um documentário sobre o relacionamento entre pai e filha estrangeiros, de Borat e Tutar. Então teremos em nível de direção de arte, apenas o arroz com feijão esperado de um documentário, intercalada por uma parte ou outra mais bem produzida, mas que não impressionam nem trazem nada novo.

No quesito de som, o filme faz um trabalho competente na captação de som, que muitas vezes parece ser feita meio que digamos, no improviso. Os diálogos estão no ponto certo, e eles são tudo com o quê você vai precisar se preocupar aqui, afinal esse é o tipo de filme que não precisa de efeitos sonoros complicados para funcionar, de fato, nada impede o espectador de assistir Borat: Fita de Cinema Seguinte de Borat com um simples fone de ouvido sem se preocupar em perder algo. Outro charme do longa é sua trilha sonora chiclete, que você vai se pegar cantarolando bem depois de ter assistido ao filme.

(Imagem promocional: Fita de Cinema Seguinte de Borat – Amazon Prime Video)

No quesito atuações, os holofotes vão com certeza para Maria Bakalova que consegue carregar a sua Tutar com naturalidade e competência. De resto temos o que se espera de um filme de Sacha Baron Cohen, que conta muito mais com a ignorância dos participantes desavisados, do que com algum talento real dos atores que participam atuando no filme. Outro ponto de destaque do longa é a participação de Tom Hanks interpretando ele mesmo.

Nem tudo são flores, e não podemos deixar de perceber que nessa sequencia Borat, está muito mais comportado que no primeiro filme, e o motivo disso fica evidente logo nos primeiros minutos do longa. Borat: Fita de Cinema Seguinte de Borat, é na realidade uma grande propaganda eleitoral Anti-Trump, que se esforça mais em atacar o candidato Republicano à presidência dos Estados Unidos, que trazer entretenimento. Trocando as alfinetadas dadas por Borat em George W. Bush, por verdadeiros tiros de bazuca em Trump, o que pode acabar criando uma barreira para os espectadores fora dos Estados Unidos e que não tem interesse no que se passa nos bastidores da Casa Branca.


Nenhum comentário