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WANDAVISION | Uma montanha russa mágica! (Crítica da minissérie)

Após o lançamento de alguns projetos na TV com personagens conhecidos e alguns desconhecidos, a Marvel finalmente resolveu relacionar o MCU (Marvel Cinematic Universe – Universo Cinematográfico da Marvel) em um show televisivo no serviço de streaming Disney+. E o pontapé em uma jornada de experimentação e pontas que serão amarradas na continuidade ao Universo Marvel se deparou com a minissérie WandaVision (Wanda e Visão). Nos três primeiros episódios da produção, tivemos de certa forma, uma exibição para os espectadores ficarem ambientados na paranoia criada pela Feiticeira Escarlate, alcunha que ela finalmente ganha no fim da minissérie.

WandaVision – Marvel Studios/ Disney+ (Foto: Divulgação)

Produzida como um grande show, a produção, homenageou os estilos de TV dos anos 50, 60 e 70, ao nos mostrar Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e seu marido Visão (Paul Bettany) em uma série de histórias suburbanas caseiras sobre chefes vindo para jantar, vizinhos intrometidos e que de repente eles acabam ganhando filhos. Para muitos esse começo foi um pouco maçante e sem sentido, mas a partir do terceiro episódio, a minissérie começou a sugerir uma história mais ampla e que viria a dominar o show até o final com Wanda se tornando aquilo que os fãs já esperavam.

Claro que o final não supriu as expectativas do que muitos esperavam e acabamos tendo uma resolução básica com Wanda aceitando sua identidade como a Feiticeira Escarlate. Ela continuou a definir o futuro de Monica Rambeau (Teyonah Parris), que provavelmente está pronta para a ação agora que seus olhos estão brilhando e tudo mais. Isso acabou com a visão fantasiosa de Wanda após uma batalha bastante mecânica entre ela e o Visão Branco que havia sido reconstruído do corpo físico do verdadeiro Visão e terminando em uma espécie de professor universitário baseado no método socrático ao conseguir resgatar o pensamento do verdadeiro Visão em um backup que estava preso nele.

WandaVision – Marvel Studios/ Disney+ (Foto: Divulgação)

 Isso permitiu que Wanda derrotasse Agatha Harkness (Kathryn Hahn) em uma batalha épica com várias magias e que acabou deixando Agatha presa em Westview, como a personagem que Wanda e nós a conhecemos no show, Agnes. Como tantas outras produções televisivas e filmes, WandaVision foi mais eficaz quando foi bem pessoal. Todos que acompanharam realmente não precisaram seguir os meandros do Visão Branco (que no final da série acabou sumindo e não sabemos o seu paradeiro) e conhecer a longa história de Agatha Harkness, ou mesmo entender a magia vermelha e roxa e outros enfeites para obtermos a essência emocional de Wanda, que foi atormentada pela dor com a morte do marido e criou uma fantasia na qual eles tiveram uma vida feliz juntos e criaram os filhos no tipo de lugar que ela sonhava em viver quando criança. 

Mas, como a maioria das mentiras, ela estava destinada a desmoronar, pois tudo era uma ficção e sua dor era real. Portanto, esse final foi mais eficaz quando esse era o foco, sua despedida das crianças fantasiosas, sua despedida do Visão fantasioso e sua aceitação de sua responsabilidade pelo dano que havia causado e sua resignação com a realidade de sua perda. Obviamente a minissérie não teve só coisas boas, ela foi uma montanha russa mágica, cheia de muitos pontos altos, mas também teve alguns pontos baixos.

WandaVision – Marvel Studios/ Disney+ (Foto: Divulgação)

A libertação da cidade cheia de pessoas no qual Wanda tinha aprisionado e torturado pelo tempo em que ela viveu com o Visão fantasioso a tornou uma pessoa egoísta, que em certos momentos não se importava com os outros e somente com os seus desejos, pois quando Wanda finalmente libertou o povo de Westview do feitiço que permitia que ela controlasse suas mentes e corpos, cuja liberação também exigia que ela desistisse de sua família mágica, ela pensou duas vezes se continuava a fazer o errado ou se ela fazia o certo.

WandaVision – Marvel Studios/ Disney+ (Foto: Divulgação)

Ao escolher em fazer o certo ela percebeu que fez um grande mal e caminhou pela cidade descobrindo que as pessoas acabaram ficando com raiva dela. Se muitos acharem que aí ocorreu um buraco na honestidade emocional da personagem neste final, devo dizer que a cena faz o contrário e reformula Wanda como uma pessoa cujo autossacrifício não será reconhecido, pois ela foi uma pessoa que cometeu graves violações de corpos e mentes de muitas pessoas para seus próprios objetivos. 

Já que o povo de Westview não a via como uma ameaça, pois eles não estavam totalmente informados, na verdade eles a viam como um monstro porque ela os traumatizou e não está claro se ela algum dia teria parado de traumatizá-los, exceto que outras forças poderiam intervir. Falando em intervenção, ao focar somente na organização E.S.P.A.D.A. como a única coisa que percebeu o que a Wanda estava fazendo acabou sendo algo totalmente estranho e um ponto fraco do show, pois a série deu muitos indícios de que outras intervenções poderiam ocorrer, alô Doutor Estranho, você ficou dormindo no Sanctum Sanctorum?

Mesmo assim todos devemos admitir que é improvável que esse show teve grande atenção e sucesso pela atuação incrível de Elizabeth Olsen. Solicitada para ser esposa de uma sitcom, uma mãe de sitcom, uma super-heroína, uma bruxa, uma lenda e uma mulher cuja dor foi tão avassaladora que ela quase destruiu uma cidade inteira e quem sabe poderia ter destruído o mundo também. A atriz soube dosar bem em ser uma personagem poderosa e que ao mesmo tempo a permitiu que ela mostrasse momentos fofos com sua família, algo que ​a Marvel consegue transmitir com maestria ao público nas suas produções. 

WandaVision – Marvel Studios/ Disney+ (Foto: Divulgação)

A última cena do final ilustrou o que a série lutou contra durante os nove episódios, que na verdade existe duas Wandas. Existe a mística, lendária e super-real Wanda que está flutuando e brilhando. Há também uma Wanda profundamente humana, traumatizada e solitária com calça de moletom bebendo chá e tentando descobrir o que vai acontecer agora que ela está sozinha de novo. Isso faz com que o público queira também saber o que vai acontecer futuramente com ela e também com o futuro do Universo Cinematográfico da Marvel, que com toda certeza será de um multiverso mágico.

Trailer:

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