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CASTLEVANIA | Crítica da 4ª temporada (series finale)

Ser a melhor adaptação de uma produção relacionada a videogame é como ser a pessoa mais inteligente em uma conferência sobre a terra ser plana. Pode parecer obvio, mas Castlevania da Netflix e da Powerhouse Animation tem uma qualidade incrível e pode se orgulhar em ser a melhor adaptação de games para a tela de todos os tempos, mesmo sofrendo de muitos dos mesmos problemas de ritmo das temporadas anteriores.

A modesta primeira temporada de quatro episódios nos deu um gostinho do que podíamos esperar sobre o futuro do show, já a segunda temporada melhora a imersão na mitologia da franquia e a terceira até consegue ser interessante sem o próprio Drácula e agora temos a finalização da quarta e última temporada da série animada, que teve a conclusão da sua história (pelo menos até Netflix terminar o trabalho em um spin-off planejado no mesmo universo) de forma primorosa.

Esta última temporada tinha algumas tarefas grandiosas pela frente, como por exemplo continuar a adaptar a amada franquia da Konami de uma forma que agradasse aos fãs, mas não alienasse aqueles que só estavam familiarizados com a franquia. Após quatro temporadas e mais de trinta episódios de enredo e desenvolvimento de personagens; o show tinha o dever de entregar cenas de ação maiores um drama mais comovente para que a série animada fosse finalizada de forma digna, mesmo que para muitos pudesse ter mais uma ou duas temporadas, a produção deveria ser finalizada e fechou a história com tudo aquilo que se esperava.

Começando não muito depois do clímax sangrento da terceira temporada em Lindenfeld, os primeiros episódios funcionam como uma revisão para uma série complexa cheia de grupos e ideologias conflitantes, bem como uma introdução aos novos tópicos que se desenvolveram nos dez episódios finais. Trevor Belmont (Richard Armitage) e Sypha (Alejandra Reynoso) ainda estão perseguindo criaturas noturnas que tem o objetivo de ressuscitar Drácula. Alucard (James Callis) está vivendo em um exílio auto imposto no castelo de seu pai até que ele não pode evitar intervir nas angústias de uma cidade próxima, cuja chefe, Greta (Marsha Thomason), pede sua ajuda e consegue isso e muito mais. Nesse meio temos também o mestre de forja Hector (Theo James), que ainda é um prisioneiro do Conselho de Styria, que é comandado pela impiedosa Carmilla (Jaime Murray).

Castlevania / Netflix & Powerhouse Animation – Foto: Divulgação

Abordando fortemente eventos de temporadas anteriores, o que acaba deixando o espectador ambientado com o que aconteceu e sendo introduzido para o clímax final, deixando tudo imposto com uma textura mais rica. O retorno precoce do Conde Saint Germain (Bill Nighy), que ainda está procurando uma maneira de abrir o Corredor Infinito para se reunir com seu amor perdido prova ser a espinha dorsal para a maioria dos eventos que se seguem, especialmente após a busca começar a se cruzar com o plano de fuga de Hector e um esquema de novos personagens que surgem, como Varney (Malcolm McDowell) e Ratko (Titus Welliver), dois dos OGs de Drácula, para ressuscitar o Lorde das Trevas e oferecer a ele sua primeira conquista, a cidade de Targoviste, como um gesto de boa vontade.

É altamente provável que nenhuma série pudesse equilibrar tudo isso, e a quarta temporada de Castlevania ameaçou perder seu rumo em alguns dos episódios, que não são ruins em nenhum sentido e estão repletos de cenas ação, piadas engraçadas e sentimentos significativos, mas há muita coisa acontecendo e a maioria desses momentos acaba sendo separado. A temporada toma uma decisão executiva inteligente de dar a cada arco o foco necessário, o que tem a desvantagem de ocasionalmente turvar o ritmo e levar a algumas conclusões possivelmente abruptas, mesmo tendo a vantagem de garantir que a segunda metade da temporada (o momento em que as coisas realmente começam a acontecer juntas) acabe tendo sua conclusão com quatro episódios finais que são os melhores que a série animada já produziu.

Castlevania / Netflix & Powerhouse Animation – Foto: Divulgação

No geral, Castlevania teve toda a incrível ação em grande escala que você esperaria, mas também dedicou todo o seu final com cenas de introspecção comovente, abandonando pela primeira vez o tom decididamente sombrio por notas de esperança, amor, e resolução. O show entra para o panteão de como as adaptações de videogame devem ter um bom plano para que possam ser finalizadas e produzidas com grande êxito.

Nota: 4,5



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