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O LEGADO DE JÚPITER | Crítica da 1ª temporada

A Netflix lançou no último mês uma nova adaptação de quadrinhos. Se trata da série O Legado de Jupiter (Jupiter’s Legacy), de Mark Millar, obra dividida em 10 volumes nos quadrinhos e que foi lançada em 2013. Esse novo projeto tenta apresentar uma diferente abordagem do que seria a vida de um super-herói, diferente do quadrinho tradicional que distingue o bem do mal em uma análise em preto e branco, mas, como dito durante a série, em tons de cinza.

Nessa produção que estabelecerá o chamado Millarworld na Netflix, que é o universo onde se situam os quadrinhos de Mark Millar, tenta-se buscar essa visão mais humanizada dos super-heróis, nesse caso, os filhos da primeira geração de heróis, que nascem e crescem como “celebridades” e precisam aprender a lidar com isso.

A primeira geração de heróis, liderada por Utópico (Josh Duhamel) deu origem a sua versão da Liga da Justiça, chamada aqui de União, que combate os grandes vilões que surgem, tudo em prol do bem da humanidade seguindo a risca um código que abrange algumas regras, como não utilizar seus poderes para conseguir vantagens sexuais, influenciar políticas ou “dominar o mundo”, por exemplo. Na série, parece que o código é composto única e exclusivamente pela regra de não matar.

Essa abordagem do código é uma das coisas mais cansativas de toda essa 1ª temporada. Nos vemos em cada episódio, dando voltas e voltas sem sair do lugar no debate sobre essa regra, se ela é mesmo útil e faz alguma diferença na sociedade. 

Um dos grandes méritos da obra de Millar original, são os diálogos ácidos, sarcásticos e puxando mesmo para o humor negro, o que não vemos na produção da Netflix. Devido a escolha de abordagem citada no parágrafo acima, a série de torna monótona e cansativa, com muito tempo de tela que acaba se perdendo, deixando pouco espaço para ação e desenvolvimento dos personagens. Aliás, não ocorre qualquer desenvolvimento deles ao longo dessa temporada.

O único ponto positivo que consigo destacar nessa adaptação de O Legado de Júpiter, é a caracterização dos personagens, mas até isso acaba por não funcionar em live-action tão bem quanto necessário. Somando-se a isso a CGI não muito agradável, temos uma obra que parece ter sido produzida alguns anos atrás, mesmo com o alto orçamento gasto na série.

Também é destaque negativo a escolha de construção da história escolhido. Nos quadrinhos, a história de origem dos heróis originais e como eles ganharam poderes é abordada de maneira superficial e rápida, já na série da Netflix, todos os episódios são repletos de flashbacks, que também são repetitivos e monótonos como a trama que se passa no “presente” e, por vezes, acontecem de forma tão abrupta que acaba “capando” e tirando o ritmo dos duas tramas apresentadas.

Devido a péssima repercurssão de público e crítica, “O Legado de Júpiter” não foi renovada para sua 2ª temporada, mas o universo criado será usado para outra série de Millar, chamada Supercrooks.

Sinopse:

Depois de quase um século mantendo a humanidade segura, a primeira geração de super-heróis do mundo deve confiar nos seus filhos para continuar o legado. Mas as tensões aumentam à medida que os jovens super-heróis, famintos por provar seu valor, lutam para viver de acordo com a lendária reputação pública de seus pais – e exigentes padrões pessoais.

Trailer:

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