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DUNA | Crítica do filme

 


Duna é um excelente épico de ficção científica que choca os sentidos. Esta nova versão explora com uma visão única o romance de 1965 de Frank Herbert. O diretor Denis Villeneuve cria uma experiência que busca realmente mergulhar o público em seu mundo, em vez de apenas contar uma história rasa. Obviamente o filme não vai cativar todos, mas se você é acostumado com épicos irá ficar hipnotizado com a entrega desta bela produção que conta com a também entrega do espectador.

No ano de 10191, Paul Atreides (Timothée Chalamet) é filho de uma família nobre com grandes expectativas para o futuro. Sua família tem a tarefa de governar e proteger um perigoso planeta deserto, Arrakis. Este planeta tem a “mistura de especiarias”, que pode estender a vida humana e criar habilidades sobre-humanas. No entanto, Arrakis tem perigos para os quais a família nobre não está totalmente preparada. O nativo povo Fremen e os invasores que chegam são apenas alguns dos perigos e o calor é inóspito com enormes vermes que viajam sob a superfície da areia do deserto.

Duna supostamente cobre aproximadamente a primeira metade do popular romance de Frank Herbert e logo de cara Villeneuve incube o subtítulo na abertura como “parte um” para este longa, o que realmente dá o tom de que não vai contar toda a história e o diretor tem material para explorar um universo tão rico que merece mais de um filme.

Particularmente, Duna demora para se aclimatar e a introdução é progressiva com seus personagens cativantes, mas mantem o mistério de um épico sem revelar muitas coisas. A produção é um filme de ficção científica que enfatiza a família e o pai de Paul, o duque Leto Atreides (Oscar Isaac) é um ser bem empoderado e em paralelo acaba dando ao espectador uma ideia do relacionamento de Paul com sua mãe, Lady Jessica Atreides (Rebecca Ferguson). O relacionamento mãe-filho é realmente testado quando eles são forçados a várias situações perigosas e essa dinâmica é o condutor genuíno da história para fazer os espectadores se preocuparem com sua jornada.

O roteiro em si é maravilhoso e a boa colaboração entre Villeneuve, John Spaihts e o veterano roteirista Eric Roth mostra que o trio conseguiu simplificar o enredo de Herbert em uma história perversamente escura e atraente, fazendo com que você fique com vontade de assistir por mais horas e horas. Milagrosamente, Duna conseguiu manter a intriga sombria do seu material original e ao mesmo tempo transmitiu os temas complexos de Herbert sobre questões sociopolíticas, o meio ambiente e a condição humana geral. Há algo no enredo que realmente fala sobre a condição moderna de sempre procurar por uma tendência nefasta na política.

Fora ainda que o filme procura absorvê-lo em seu universo antes de prosseguir e acaba fazendo isso com a direção soberba de Villeneuve, a cinematografia deslumbrante de Greig Fraser e a trilha sonora espetacular de Hans Zimmer. Esse mix em cada cena hipnotiza e aprofunda os espectadores atentos, fazendo com que o tempo de execução de 155 minutos pareça muito mais curto do que ele realmente é.

Mesmo assim a profundidade de alguns personagens é um pouco inexistente, mas Duna ainda consegue fazer a história deles importar e ao investir em seu mundo, ela simultaneamente investe seu público em conhecer seus personagens. O longa não é o espetáculo de ação que algumas pessoas podem estar esperando, mas é um épico de ficção científica de movimento lento e totalmente envolvente que implora por sua atenção total em uma experiência gratificante.

No geral, Duna é um prazeroso épico intergaláctico e tem o potencial para conquistar uma nova legião de fãs com um conto atemporal em que retrata alguns personagens interessantes em uma aventura totalmente épica. Torço para que a sequência seja aprovada o mais breve possível, pois como diz a fala final, isso é apenas o começo para Duna.

Nota: 4,5/5

Sinopse:

Inspirado na série de livros de Frank Herbert, Duna se passa em um futuro longínquo. O Duque Leto Atreides administra o planeta desértico Arrakis, também conhecido como Duna, lugar de única fonte da substância rara chamada de "melange", usada para estender a vida humana, chegar a velocidade da luz e garantir poderes sobrehumanos. Para isso ele manda seu filho, Paul Atreides (Timothée Chalamet), um jovem brilhante e talentoso que nasceu para ter um grande destino além de sua imaginação, e seus servos e concubina Lady Jessica (Rebecca Fergunson), que também é uma Bene Gesserit. Eles vão para Duna, afim de garantir o futuro de sua família e seu povo. Porém, uma traição amarga pela posse da melange faz com que Paul e Jessica fujam para os Fremen, nativos do planeta que vivem nos cantos mais longes do deserto.

Trailer:



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