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Crítica do filme A Conferência




O curto e terrível período da Alemanha nazista foi bem coberto pelo cinema nos 77 anos desde o fim da guerra, pois lembrar a história para não sermos condenados a repeti-la nunca foi tão importante. Muitos deles foram contados da perspectiva dos EUA ou do Reino Unido, mas A Conferência (The Conference/Die Wannseekonferenz) segue a tradição do altamente parodiado A Queda! As Últimas Horas de Hitler, ao ser um filme no qual a Alemanha examina criticamente sua própria história.

A Conferência no qual o título do filme se refere é da famosa reunião de Wannsee em 1942, que contou com altos funcionários do governo da Alemanha nazista e líderes da Schutzstaffel (SS) em Berlim. O tema da reunião era determinar a “solução final para a questão judaica”, colocando em movimento as maquinações que culminaram no Holocausto de cerca de seis milhões de judeus em toda a Europa até o final da guerra em 1945.

Uma das principais figuras nesta conferência a sangue-frio, pelo menos como retratado no filme do diretor Matti Geschonneck, foi Reinhard Heydrich, Chefe do Escritório Central de Segurança do Reich (interpretado por Philipp Hochmair). Juntamente com Adolf Eichmann (Johannes Allmayer) e Wilhelm Stuckart (Godehard Giese), eles discutem os aspectos práticos de seus planos.

Geschonneck apresenta um filme com um estilo docudrama, então há um certo elemento de frieza clínica nos procedimentos. O que parece ser o modus operandi dessa produção é apresentar os fatos como eles aconteceram, nas palavras das pessoas que cometeram as atrocidades, enquanto eles fazem uma pausa para beber e tomar um café. A quase silenciosa Ingeburg Werleman (Lilli Fichtner), uma secretária e fotógrafa muito real, senta-se no canto como um lembrete de que houve testemunhas dessa história. (O testemunho de Werleman foi usado mais tarde em julgamentos de crimes de guerra).

O elenco segue uma linha tênue em seus papéis infames, sabendo que eles não podem tornar esses personagens simpáticos. No entanto, eles não apenas seguem os movimentos, adotando a filosofia mais ampla do filme de permitir que o público e a história julguem esses monstros tão duramente quanto queremos.

Nos momentos finais, quando as peças se encaixam em seus planos horríveis, finalmente vemos por que Geschonneck e o roteirista Magnus Vattrodt adotaram essa abordagem. Enquanto emitem memorandos, um funcionário comenta que “ninguém dirá que não sabia de nada”. A visão do diretor com a própria história da Alemanha é de culpa coletiva e um lembrete de que a vida e as liberdades podem ser tiradas por um grupo de homens em uma sala em um único dia.

No geral, A Conferência é uma peça importante no vasto catalogo sobre produções cinematográficas que narram períodos terríveis na 2º Guerra Mundial, embora o assunto possa parecer tedioso (embora horripilante), o longa é transformado em um filme emocionalmente satisfatório e completamente assistível para quem adora filmes históricos.

Nota: 4/5
Trailer:


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