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Crítica do filme Enola Holmes 2



 

Com o mundo prestes a entrar no caos da pandemia, a Netflix lançou o primeiro filme da personagem Enola Holmes, foi uma introdução divertida da irmã adolescente de Sherlock Holmes e adaptada dos livros de Nancy Springer. Com um enorme sucesso, era inevitável que veríamos urgentemente uma continuação que é estrelada por uma encantadora atuação de Millie Bobby Brown ao quebrar a quarta parede.

Isso certamente explica seu enorme sucesso no serviço de streaming, com cerca de 76 milhões de lares assistindo ao filme apenas nas primeiras quatro semanas. A sequência, felizmente, pelo menos recebe a honra de uma exibição no cinema antes de chegar ao streaming e nada desse charme ou maravilha foi perdido. Em Enola Holmes 2, o roteirista Jack Thorne e o diretor Harry Bradbeer melhoraram alguns pontos do primeiro longa com um filme mais nítido e coeso.

Voltamos a encontrar a determinada Enola interpretada por Millie Bobby Brown, enquanto ela cria sua própria agência de detetives na Londres de 1880. Infelizmente, a maioria dos clientes em potencial fica desanimada tanto por sua pouca idade quanto por seu gênero, sem falar no fato de preferirem conversar com seu irmão mais famoso. 

Parece que a carreira de Enola pode acabar antes de começar, até que ela recebe a visita de uma criança chamada Bess (uma cativante Su-Ling Bliss). Sua irmã mais velha, Sarah (Hannah Dodd), desapareceu após ser acusada de roubo em seu local de trabalho, uma fábrica de fósforos de Londres.

Pegando o caso, Enola se infiltra na fábrica e descobre que páginas foram misteriosamente arrancadas dos registros da empresa e presumivelmente por Sarah. Não demora muito para que sua sede por investigação tome conta do seu corpo ao farejar uma grande conspiração. No entanto, uma vez que a polícia local se envolve, liderada pelo inspetor do Graal extraordinariamente ameaçador de David Thewlis, vemos que nossa protagonista descobre que precisa de uma ajudinha de Sherlock (Henry Cavill, em uma atuação mais segura) e sua mãe sufragista Eudoria (Helena Bonham Carter, que sempre entrega uma boa atuação).

Menos bem-sucedidas são as cenas com o potencial interesse amoroso de Enola em sua primeira aventura, Lord Tewkesbury (Louis Partridge), que interrompe repetidamente o filme. Pelo menos a produção ouviu o público acabou dando mais espaço para Henry Cavill com o seu charmoso Sherlock Holmes. Aqui temos mais tempo de tela do ator e não as custas da infinitamente assistível Enola Holmes. 

O roteiro manipula lindamente os dois irmãos Holmes para garantir que nos satisfaçamos com os dois, com Sherlock frequentemente perplexo com as habilidades de sua irmã mais nova e Enola revirando os olhos ao perceber que Sherlock é uma bagunça. O aumento na presença de Sherlock sugere que talvez um dia ele faça uma apresentação solo, embora o recente anúncio de Cavill de que ele está voltando para fazer os filmes do Superman possa atrasar isso.

Uma parte da trama do filme, referente a um surto de tifo, é baseada em uma história real que alguns espectadores podem reconhecer. Outros podem se perguntar por que as reviravoltas relacionadas são sinalizadas tão cedo. Há também o fato inevitável de que qualquer pessoa familiarizada com o cânone de Sir Arthur Conan Doyle e suas muitas adaptações poderão adivinhar mais algumas reviravoltas na história muito antes de levantar a cabeça. Quer você descubra o final ou não, ainda há perseguições de carruagem bem dirigidas o suficiente, cenas de luta emocionantes e investigação dinâmica para manter o sangue bombeando.

No geral, Enola Holmes 2 é uma boa sequência, mas se perde em querer ser mais dinâmico e vira uma festa adolescente cheia de reviravoltas banais. Mesmo sendo um filme mais coeso em seu enredo, o longa se enfraquece ao querer colocar conteúdo demais em um tempo não tão favorável para se contar está história que merece honrarias pelo carisma avassalador de Millie Bobby Brown e Henry Cavill. Espero que uma terceira parte continue sendo mais coesa, mas nos conte uma história mais simples e sem querer ser algo que nunca vai ser.

Nota: 3,5/5
Trailer:





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