Primeiras impressões da série The Last of Us
O episódio de pouco mais de uma
hora de duração não parece se apressar em nada e permite nos explicar tudo antes
de iniciar a jornada dos protagonistas, Joel e Ellie. A sequência de introdução
icônica é desenvolvida na íntegra e a atuação é boa a ponto de embora que saibamos
o que está para acontecer, ela ainda consegue atingir você com a mesma força ao
vê-la de forma tão imersiva. Desde os pequenos detalhes do ambiente e os
diferentes estágios do fungo cordyceps, temos uma sensação claustrofóbica ao
nos depararmos com uma cidade apocalíptica onde tudo parece combinar
adequadamente com os estilos que vimos no próprio jogo.
Também foi bastante inteligente
como eles conseguiram apresentar os vagalumes e a briga que os sobreviventes
têm com eles sem ter nenhuma conversa real sobre eles. O logotipo pintado com
spray em vários lugares, às vezes mostrado sendo ativamente pintado pelos
cidadãos com a frase: “quando você se encontrar perdido no escuro, procure a
luz”, escrito em pequenas variações em diferentes paredes. Vemos também que diálogos
mostraram o desdém que muitos tem pelo grupo e isso foi uma maneira interessante
de apresentar uma facção tão grande em um ponto da trama mais adequado, pois
eles não são uma das estrelas da série, pelo menos não agora.
Pois um aspecto que realmente me
preocupava era o diálogo e o desenvolvimento da trama sem se basear no jogo, aqui
o showrunner Craig Mazin usa toda sua versatilidade e experiência e consegue criar
personagens rudes e ao mesmo tempo adorados, dando ao espectador uma tarefa de
apenas apreciar as boas atuações em tela. Pedro Pascal é magistral como Joel,
ele consegue transitar entre um pai amoroso e um canalha astuto com um
propósito cheio de boas intenções, enquanto a Ellie de Bella Ramsey é uma
garota inteligente e teimosa que odeia suas circunstâncias enquanto entende a
situação em que está. Outros destaques breves vão para o bom apoio em cena de
Gabriel Luna como Tommy, irmão de Joel e também para a atuação delicada e
tocante de Nico Parker como Sarah, filha de Joel.
A premiere de The Last of Us
ainda nos deu um belo vislumbre de um Estalador que estava inativo neste
episódio, que foi uma boa maneira de garantir ao público que eles estão por
perto e seu design foi retocado com o mesmo nível de cuidado de todo o resto da
série. Mal posso esperar para vê-los em ação, porque as primeiras formas de
controle do fungo eram bastante assustadoras e o que vimos até agora acaba nos
dando entusiasmo de que farão um trabalho incrível com momentos de alta
intensidade e suspense na tela.
No geral, The Last of Us começou de
forma gratificante e os próximos episódios se mostram muito promissores com a
boa fidelidade ao material de origem com o qual a HBO está trabalhando e
entregando, uma série promissora que pode se tornar uma nova febre com o selo
de uma produtora que sempre faz obras incríveis.
Nenhum comentário