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MIDSOMMAR | Quando o rolê acaba mal (Crítica)

Midsommar – O Mal Não Espera a Noite (Midsommar) de 2019 é uma experiência divertida e perturbadora, que funciona bem sem depender de artifícios como fotografias exageradamente escuras, múltiplos jump scares ou monstros de CGI, algo bem raro ultimamente. A trama é visivelmente uma homenagem aos clássicos como O Homem de Palha (The Wicker Man) de 1973 e seu remake chamado no Brasil de O Sacrifício de 2006, e tem uma pitada de A Vila (The Village) de 2004, todos com uma temática que envolve pequenas comunidades com um segredo sombrio. O filme é o mais novo trabalho do diretor Ari Aster, mesmo do hit Hereditário (Hereditary) de 2018.

Na história somos apresentados à protagonista Dani (Florence Pugh) e seu namorado Christian (Jack Reynor), que estão vivendo uma séria crise em seu relacionamento. Christian está prestes a terminar com Dani para ir em um festival de verão que ocorre apenas de 90 em 90 anos em uma pequena e isolada comunidade sueca, com seus amigos Josh (William Jackson Harper), Mark (Will Poulter) e Pelle (Vilhelm Blomgren), quando um evento trágico une novamente o casal, fazendo ambos decidirem ir juntos ao festival. Chegando à pequena comunidade de Harga eles logo descobrirão que o festival guarda várias surpresas desagradáveis.

(Imagem promocional: Midsommar: O Mal Não Espera a Noite – A24)

A história é simples e direta o que faz com que alguns acontecimentos acabem sendo previsíveis, além disso o filme dá várias pistas de seu enredo desde o primeiro minuto, se você prestar atenção nessas pistas saberá com muita antecedência o que irá acontecer na história, então não espere algo complexo e com plot twists mirabolantes. O roteiro peca também por forçar alguns eventos e comportamentos de personagens para que a trama possa fluir, mas isso não é necessariamente um defeito, é mais como uma característica do gênero. O desenvolvimento da história tem um ritmo constante, que algumas pessoas podem achar arrastado, mas que para a maioria vai estar na medida certa.

Um ponto a se destacar é a fotografia do filme, que é ousada e explora o fenômeno do sol da meia-noite que ocorre em Harga para desenvolver a história em um dia sem fim, e não tem medo de mostrar com detalhes todo o sangue e nojeira quando aparecem. Midsommar – O Mal Não Espera a Noite é muito colorido e tem um alto brilho que quase estoura a imagem em alguns momentos, algo que não é comum nesse tipo de filme e que é com certeza um dos pontos altos dessa película.

Imagem promocional: Midsommar: O Mal Não Espera a Noite – A24

O som do filme também é marcante, com a trilha sonora consistindo na sua maioria por cânticos ritualísticos e poucas e discretas melódias simples que tocam em momentos chave. A trilha sonora funciona bem para ajudar a caracterizar o filme sem tirar a atenção no que está acontecendo. De resto o filme trabalha bem com os sons, porém nada extraordinário.

Quanto ao elenco, talvez o ator mais conhecido do filme seja Will Poulter com suas marcantes sobrancelhas, porém apesar de não tão conhecidos todos os atores trabalham de forma competente, especialmente Florence Pugh e Jack Reynor, que conseguem transmitir de forma convincente a crise conjugal que seus personagens Dani e Christian estão vivendo. Outro destaque fica por conta de Vilhelm Blomgren e seu carismático Pelle. No geral todos os personagens estão na média para esse tipo de filme, sem nenhuma atuação marcantemente ruim ou canastrona.

Midsommar – O Mal Não Espera a Noite tem tudo para virar um clássico do gênero, com uma história densa que lida com relacionamentos, perda, loucura, drogas, religião e simbolismos, tudo isso sem deixar de ser divertido e interessante. Esse filme é perfeito para quem está cansado dos filmes de suspense/terror convencionais e procura algo diferente sem necessariamente ter um roteiro mais complexo. Ou para quem simplesmente gosta de filmes perturbadores e que não escondem sangue e nojeiras.

Nota: 4 / 5

Trailer:


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