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THE MANDALORIAN | Enrascado com os amigos – Capítulo 07: The Reckoning (Crítica)

The Mandalorian apresentou seu melhor episódio até agora. Cara Dune e Kuill estão de volta, e com as relações estabelecidas e as apostas claras, os personagens apoiam perfeitamente um episódio envolvente e movimentado.

Dirigido por Deborah Chow e escrito por Jon Favreau, em “The Reckoning” o nosso protagonista recebe uma mensagem de Greef, o líder da Guilda dos Caçadores de Recompensas. Ele está vivo e supostamente está do lado do Mandaloriano agora e planejando se vingar do personagem de Werner Herzog, que conhecemos como “o Cliente”. O Mandaloriano não confia nele, então ele reúne aliados como a brigona Cara Dune com sua força invejável e Kuill para cuidar do Baby Yoda

Cara Dune e o Mandaloriano continuam tendo uma ótima química platônica, ela é uma das únicas pessoas com quem ele parece confortável compartilhando seu espaço.  Ele não quer deixar as pessoas se aproximarem fisicamente, e Cara Dune é fácil com isso. Sua vontade de lidar com um oponente amarrado a ela por um cordão e seu desinteresse em encobrir sua tatuagem rebelde funciona com o contraste literal e figurativo do Mandaloriano e de como as pessoas que podem se aproximar dele. Ela continua sendo uma das melhores personagens da série. 

Kuill também brilha por causa de sua posição serena, ele foi um grande mentor para o Mandaloriano e parece ser a pessoa exata para educar e cuidar do Baby Yoda, sabendo até mais sobre a Força do que ele inicialmente revela. A dublagem de Nick Nolte e a performance de Misty Rosas tornam o pequeno alienígena totalmente convincente e sua gentileza relutante é cativante. Ele encontrou o IG-11 quase morto e restaurou o dróide que teve um papel bem pequeno e que é conhecido por ser o personagem de Taika Waititi. O dróide reaprende as suas funcionalidades e cria uma aparência engraçada e estranha, ele também mostra a propensão de Kuill por “paciência e afirmação”, fazendo com que o núcleo desse personagem faça parte do que o torna tão agradável. 

Essa equipe reunida pelo Mandaloriano é um contraste interessante dos mercenários cruéis do último episódio. Quem voltou a ter destaque e está evoluindo com os seus poderes é o Baby Yoda, ele usou Força de uma forma involuntária inicialmente, mas é divertido e adequado vermos o personagem começando a explorar ela com outros seres.

O diálogo na série continua bem diretas e a ficção científica apresentada reforça o velho e conhecido material que George Lucas nos apresentou nos anos 80. Tudo é funcional e o envolvimento dos personagens com algumas explicações acabam tampando possíveis buracos na trama, o que impede que os fãs façam algumas perguntas ou tenham dúvidas sobre algumas coisas no desenrolar da história da série. Isso não é necessariamente uma coisa ruim e todos os atores fazem com que as falas funcionem de maneira generosa. Pedro Pascal e Gina Carano habitam seus personagens tão plenamente que elevam o roteiro. 

Este episódio tem quatro grandes cenas de ação, incluindo a briga esportiva em que Cara Dune é reintroduzida. A direção de Chow não se destaca tanto neste episódio com sua câmera discreta e com lutas fáceis de seguir que mesmo assim continuam divertidas. Um ataque de criaturas semelhantes a dragões acaba criando cenas bem divertidas, mesmo que o visual turvo acabe deixando a experiência um pouco difícil de ver as cenas durante a noite. 

O resto do episódio faz um bom trabalho retornando e elaborando personagens com personagens que possuem conexão com o Império. Se o misterioso cliente vivido por Werner Herzog possuía uma aura interessante, a série acaba o trocando para um novo personagem que aparece ter um novo tipo de liderança e com sua roupa elegante, o nome dele é Moff Gideon, interpretado pelo competente Giancarlo Esposito. O Império vive tecnicamente como se estivesse comandando ainda algumas aldeias, então ele é provavelmente um daqueles senhores da guerra que sobreviveu e que segue o arquétipo do Império. Sua aparição é uma boa surpresa em um episódio que cuidadosamente emerge de forma emocionante no que podemos esperar no futuro da série, a sensação é que Gideon é aquela poderosa peça que faltava neste jogo e ela finalmente acabou de chegar. 

Com este grande problema para enfrentar e a equipe reunida, The Mandalorian mostrou que pode criar enredos extremamente interessantes e divertidos, mesmo que demore um pouco para reuni-los. Por mais que a série tenha preparado os espectadores para se familiarizarem com um atirador solitário, que não é nem do bem e nem do mal e que sai voando pela galáxia, o show conseguiu criar uma atmosfera interessante mostrando o Mandaloriano como um ser agradavelmente imprevisível, mas com um coração de ouro. Também estou muito feliz em ver que o roteiro permite a exploração de outros personagens e o carinho entre eles. 

E por mais que ocorra implicação de que enquanto o próprio Mandaloriano é um assassino contratado e que ele não é bom em se aproximar das pessoas, sua “paciência e afirmação” fizeram  com que o bebê aprendesse a deixar de atacar os inimigos do Caçador de Recompensas e a curar seus amigos em um momento brilhante neste episódio. Mesmo que a série pareça uma caixa de brinquedos, o desenvolvimento por enquanto é o suficiente para termos personagens agradáveis ​​e que se aproximam de pessoas com personalidades reais.


Leia as críticas dos primeiros episódios:

THE MANDALORIAN | Primeiras impressões sobre a primeira série em live-action da franquia Star Wars – Capítulo 01: Pilot

THE MANDALORIAN | A “Força” é poderosa, baby! – Capítulo 02: The Child

THE MANDALORIAN | Amor Fraternal! Capítulo 03: The Sin (Crítica)

THE MANDALORIAN | Velhas ameaças do passado – Capítulo 04: Sanctuary

THE MANDALORIAN | Uma parada rápida em Tatooine – Capítulo 05: The Gunslinger (Crítica)

THE MANDALORIAN | O cão caçando os ratos! – Capítulo 06: The Prisoner (Crítica)

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