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A POSSESSÃO DE MARY | Jump scares em alto-mar (Crítica)

A Possessão de Mary (Mary) 2019, é um filme de terror difícil de descrever, não porque seja uma obra complexa, mas porque é um verdadeiro desafio chegar até o final dele sem dormir. Com a premissa de ser uma história sobre um barco assombrado por uma entidade no melhor estilo de O Chamado (The Ring) 2002, A Possessão de Mary falha em prender a atenção do espectador, com um enredo arrastado que é 99% do tempo, o passeio de barco de uma família meio disfuncional, e 1% jump scares.

(Imagem Promocional: A Possessão de Mary – Paris Filmes)

Na história do longa, somos apresentados ao capitão David (Gary Oldman), que sonha em ter seu próprio barco e não precisar mais trabalhar para os outros. O amigo de David, Mike (Manuel Garcia-Rulfo), avisa David sobre um leilão que pode ter um barco do jeito que eles querem para começar seu próprio negócio. Porém ao chegar ao local do leilão, David acaba se sentindo atraído por um veleiro chamado Mary, caindo aos pedaços, que havia sido encontrado a deriva sem tripulação. Depois de comprar e reformar o veleiro, David pega sua família e os leva para a viagem inaugural do barco possuído em alto-mar, e não demora muito até fenômenos sobrenaturais começarem a acontecer.

Visualmente o filme segue a cartilha dos filmes de terror clichês do A ao Z, com uma fotografia escura, tomadas que pegam o personagem de frente só para poder mostrar a assombração atrás e muitas luzes piscando para que o fantasma possa aparecer e desaparecer rapidamente. Está tudo lá sem nenhuma inovação ou criatividade no uso desses artifícios. Quanto aos efeitos visuais, alguns são medíocres, especialmente os que envolvem a assombração, já o restante funciona de forma competente, e pode-se dizer até que estão bem-feitos.

(Imagem Promocional: A Possessão de Mary – Paris Filmes)

Sobre o som, talvez A Possessão de Mary pudesse ser salvo, se tivesse uma trilha sonora marcante, mas infelizmente as músicas aqui são tão genéricas e esquecíveis quanto o próprio longa. Outro ponto que poderia salvar o filme seria uma mixagem de som decente, algo fundamental em um bom filme de terror. Mas a mixagem de A Possessão de Mary é pobre e não colabora em adicionar tensão às cenas, o que faz com que no fim não haja muita diferença entre uma cena da família almoçando, ou do clímax da história com uma tempestade quase afundando o barco.

Talvez o ponto mais legal de A Possessão de Mary, é o filme nos lembrar que estrelas de cinema também pagam boletos. Pois não consigo pensar em outra razão para um ator como Gary Oldman, embarcar em um projeto como esse, se não for pela conta do telefone que veio mais cara em um determinado mês. E por falar em Oldman, ele com certeza, é uma das melhores coisas deste longa, sempre trazendo uma boa atuação. A verdade é que o elenco todo entrega um trabalho decente, mas infelizmente são tremendamente prejudicados por um mal roteiro.

(Imagem Promocional: A Possessão de Mary – Paris Filmes)

A Possessão de Mary é um filme de terror entediante e clichê, cujo um dos principais pontos positivos é a sua curta duração, 01h e 24m. E infelizmente desperdiça uma boa premissa de um barco possuído, e excelentes atores, para fazer algo que no fim não passa de um produto esquecível e genérico. Se você curte filmes de terror ruins ou precisa botar uma hora e alguns minutos de sono em dia, A Possessão de Mary é um prato cheio para você.


Trailer:

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