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INJUSTICE: GODS AMONG US | Tretas, ideologia e muita pancadaria num dos melhores 2D de heróis de todos os tempos pop (Review)

E ai galera? Bora começar com essa pergunta, Batman vence do Superman? Pois é, é nisso que é baseado um dos jogos mais contundentes dos últimos tempos. Até onde um herói pode ir até ter sua fé quebrada, comprometida, e se tornar um instrumento da maldade?
Essas são perguntas que ao jogar esse game você terá de fazer, estou refazendo essa crítica que trata de um dos melhores jogos de todos os tempos de pancadaria 2d, estou falando de Injustice: Gods Among Us (Netherealm Studios/Warner Bros/Agora Games, 2013, Xbox 360, PC, Wii U, PS3, PS Vita, PS4, Ios e Android).

O maior clash de heróis de todos os tempos.

Primeiramente não é um jogo comum, é muito corajoso. Mexer com a paixão de infância de muitas pessoas, é perigoso e pode mexer com muitas coisas, principalmente barreiras ideológicas e filosóficas. Sim não dá pra analisar esse jogo sem penetrar a fundo (ó a malícia) na psiquê do fã de quadrinhos, não somente do fã da DC.
A história eu vou dar pouco cartaz por que muitos conhecem. O Coringa em um plano inusitado, resolve fazer com o Superman, o mesmo que o Duas Caras, quebrar sua mente. Pra isso, com a ajuda do Espantalho e seu gás do medo, envenena Clark que pensava estar lutando com Apocalipse quando na verdade estava lutando com Lois Lanegrávida e a solta no espaço. Pra piorar Kal ainda vê depois da névoa do gás se dissipar, que Lois tinha um dispositivo, um transmissor que ligava uma bomba nuclear, que explode em Metrópolis, manchando pra sempre uma das maiores cidades da Terra (uma alusão muito inteligente ao 11 de setembro). O Super, cego de ódio, vai atrás do Coringa e mesmo com a choradeira do Batman (que ainda teimava em defender o cara), executa-o ali mesmo. Começa ai o reinado de um tirano, quebrado e desalmado.

Superman, de herói a tirano.

O Superman impõe um novo regime sobre a Terra, toma a Mulher Maravilha como esposa, governa os humanos com mãos de aço e joga Bruce no ostracismo. O Batman organiza uma resistência e com tecnologia roubada da Liga, cria uma máquina do tempo e transporta os heróis do nosso tempo (esses são a Terra 1 no universo dc) e alguns vilões para ajudar a limpar essa bagunça.
Fruto de uma muito bem sucedida parceria, Injustice, por incrível que pareça, não foi pensada por nenhum roteirista da DC. Tudo aqui saiu da cabeça do genial Ed Boon, o criador de Mortal Kombat, que tinha posto seus heróis e vilões pra brigar com os semideuses alguns anos antes. E da cabeça dos roteiristas John Vogel e Jon Greenberg além de Dominic Cianciolo e Brian Chard. A história é tão boa, que se tornou CANON, sim Injustice teve sua saga esmiuçada em uma série de quadrinhos, agora sim com os maiores roteiristas e desenhistas da DC, sendo considerada uma realidade alternativa trágica, porém considerada.

Batman, o homem que falhou por não mudar seu código.

O jogo bem, é um colírio, com mecânicas que vem sendo melhoradas desde os Mortal Kombat Dead Alliance, Deception e Armageddon, sem contar o lendário 9, é suave, sem combates sanguinários (voltado ao público juvenil), com controles balanceados, e personagens com pontos fortes e fracos. Nem tudo é flores também, o Arqueiro Verde, é exagerado, talvez pelo sucesso da série Arrow e foi corrigido nas atualizações e dlcs. A luta é similar ao jogo Killer Instinct, são duas barras de vida sem intervalo, o que faz dele perfeito para chamar os amigos pra jogar junto.
Tecnicamente o jogo é quase perfeito (chega a beirar a perfeição no 2), os sistemas de combos são eficientes, permitindo ao jogador criar o seu modo de jogar assim como a Psylocke em X-Men: Children of the Atom, mas com todos os personagens. Há muitas, muitas mesmo, variações de combo que chegam a lembrar os sucessos da Namco, Tekken e Soul Calibur. Inclusive os conhecidos infinite combos e 10 e 20 hits, o que pode arrancar life dos rivais em lutas versus em segundos.

Uma história tão respeitada que se tornou canon e universo alternativo da editora.

 

Mas pra terminar o que salta desse game é a filosofia. Injustice é a realização de todos os medos humanos na sua tela. Tá ligado no preconceito que os mutantes recebem? E se eles fossem deuses? O que restaria a nós, simples mortais? Essa pergunta é feita em cada luta do game.
A luta que encerra o cerne é sobre Superman e Batman. Há um ano atrás eu disse que não havia um ponto de vista correto, e sim os dois estão errados. Batman pelo fato de nunca ter tido coragem de uma solução definitiva quanto ao Coringa, não foi uma fatalidade afinal o Coringa em Injustice é claramente um suicida (lembra de Seven) e age como um homem bomba. O Superman demonstra que é humano, debaixo da capa. Lois é a sua fortaleza e seu maior ponto fraco e sim no caso da Liga é compreensível o morcego ter um plano de contenção pra cada um deles (não que isso vá funcionar, e o jogo mostra isso) e sua reação colérica é sim compreensível, e demonstra muito do poder bélico e político que algumas nações possuem. Mas como “homem do amanhã” e “protetor da Terra” eu fico com a frase do Super de Brandon Routh em Crise nas Infinitas Terras da CW: “A esperança tem de ser vista até mesmo no escuro”.

Nos escombros da civilização, os deuses lutam e a Terra treme.

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