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SOUL | Disney/Pixar acerta no ritmo e cria animação espiritualmente fascinante! (Crítica)

Com um início hipnotizante de quase 12 minutos, Disney e Pixar mostram que Soul é mais uma animação fascinante criada por ambos que promete ser memorável. Logo de cara conhecemos um cara chamado Joe, que sonhava em ser um pianista de jazz profissional e que acaba caindo em um bueiro que o levou para o outro lado da vida. Agora ele está sendo confrontado com uma luz brilhante em vários tons chamada Grande Além, que atrai as almas como um inseto que abate moscas, e ele está, compreensivelmente, fugindo na direção oposta.

Cena da animação Soul / Disney e Pixar – Foto: Divulgação

Cumprindo seu papel de um longa para toda família, a produção vai a fundo em explorar terror do esquecimento e lança seu protagonista em uma viagem por um cosmo metafísico que servirá como pretexto para ele explorar algo muito mais complexo e desafiador que é a necessidade existencial de inspiração e a agonia de não alcançar suas aspirações. Mas, assim como os filmes anteriores da Pixar, a magia de Soul não é sua sofisticação, pois o filme animado aborda esses complicados temas adultos de uma maneira que uma criança pode pelo menos se relacionar, se não entender totalmente.

Soul é um experimento visual tão audacioso quanto uma história e acaba deixando de lado as primeiras alusões a filmes mais antigos, é no Grande Antes que a produção exercita sua imaginação. O local é uma terra povoada por espíritos angelicais de autoridade, todos chamados de Jerry ou Terry. Embora existam forças antagônicas em ação no Grande Antes / Além, a produção frisa com clareza que não há vilões e eles estão apenas fazendo o bom trabalho espiritual de nutrir almas. E por meio de suas gracinhas hegemônicas enjoativas, eles querem que Joe faça o mesmo pela 22, uma alma problemática que nunca quis experimentar a vida.

Cena da animação Soul / Disney e Pixar – Foto: Divulgação

E é aí que reside a verdadeira dificuldade do filme. O longa acaba patinando na necessidade de viver as coisas e isso será ensinado como uma experiência em uma sala de aula que é definida por uma teoria totalmente abstrata. Nesse contexto, Joe não é o único mentor frustrado pela 22, cujos professores anteriores vão de Nicolau Copérnico a Madre Teresa de Calcutá, o que pode representar o uso um tanto bizarro do humor como referência aos adultos.

Mesmo assim, Soul é fascinante e consegue demonstrar equilíbrio entre o esotérico e o intimamente universal, uma articulação da necessidade sem palavras de realização espiritual e uma aventura para todas as idades. Trent Reznor e Atticus Ross do Nine Inch Nails escreveram a maior parte da trilha sonora, enquanto o pianista de jazz Jon Batiste assume sempre que os dedos de Joe conseguem tocar em um piano.

Cena da animação Soul / Disney e Pixar – Foto: Divulgação

No geral, esses elementos combinam perfeitamente, embora talvez de forma imperfeita. É fácil suspeitar que a maioria das crianças não entenderá completamente do que se trata o filme com seus subtextos mais pesados, ou até mesmo muitos adultos podem não se divertir tanto. No entanto, mesmo que a maioria dos espectadores, como Joe, não consiga articular totalmente o que está acontecendo, a alegria inexprimível do filme é irresistível, pois viver é uma experiência que não deve ser negada.


Trailer:

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