NÃO OLHE PARA CIMA | Crítica do filme
As sátiras não devem essencialmente fazer as pessoas rirem,
mas para simular a raiva, um sentimento de desconforto, tristeza e ironia. As
sátiras são para os autoconscientes, as pessoas que estão prontas para aceitar
as falhas e tragédias ao seu redor. Só então você pode rir de seus problemas. Não
Olhe Para Cima (Don't Look Up) faz tudo certo e talvez seja por isso que nem
todos concordarão que esta é uma das sátiras mais reais que surgiram nos
últimos tempos.
Encontramos dois astrônomos que abordam todas as figuras
importantes, desde o governo até a mídia, para alertar a humanidade sobre a
aproximação de um cometa que destruirá o planeta Terra. No entanto, a resposta
do mundo não é entrar em pânico e planejar salvar o planeta. Nada em sua
própria bolha de indignação nas redes sociais, bolha política para usar a
destruição da humanidade a seu favor para gerar favores e riquezas e destruição
auto induzida para fechar os olhos à realidade e focar apenas no que é tendência.
Não Olhe Para Cima não é sutil com seu retrato e pega
personagens da vida real e da atualidade e os transforma em figuras que fazem
exatamente o que fazem conosco no mundo real hoje. É contundente com suas
piadas que te acertam na cara, começando do racismo ao fascismo. E em seu tempo
todo o filme não vacila em dar a verdadeira mensagem: somos todos como pássaros
na selva, imitando os movimentos e as vozes uns dos outros, com base no que
está nos beneficiando, esquecendo o mundo mais amplo e as consequências de que
todos estão finalmente enfrentando.
A produção tem como grande êxito o apoio de um elenco
estelar que oferece um desempenho admirável. Meryl Streep traz uma energia de megera
de volta à tela e Jonah Hill continua a nos divertir estupidamente como sempre
fez. Cate Blanchett, Timothee Chalamet e Rob Morgan são claramente os opostos
uns dos outros estabelecendo o tom reflexivo para as pessoas que não conseguem
ver além de seus espelhos, aqueles que acreditam em Deus não importa como ajam
e o segmento da sociedade que enfrenta a realidade bem na sua frente.
Jennifer Lawrence é finalmente mais do que um rosto bonito.
Ela é inteligente, desastrosa e no final cheia de aceitação. No entanto é
Leonardo DiCaprio quem rouba a cena com todo o seu caráter que é tão real e genuíno para a
forma como a maioria da população se comporta com seu personagem cheio de
pânico e ansiedade quando inicialmente é confrontado com a realidade e então
encontra um local confortável para se distanciar da realidade, até que seja
tarde demais e tudo o que lhe resta é apenas sorrir e aceitar o mundo como ele
é. A maneira como o personagem é escrito e posteriormente retratado é
fenomenal.
A estudante de astronomia Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) e seu professor Dr. Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) descobrem que um cometa está prestes a colidir com a Terra, mas ninguém parece se importar. Alertar a humanidade sobre o impacto fatídico da rocha do tamanho do Monte Everest não será nada fácil. Com a ajuda do Dr. Oglethorpe (Rob Morgan), eles embarcam em um tour midiático que vai do gabinete da indiferente presidente Orlean (Meryl Streep) e seu filho bajulador Jason (Jonah Hill) até o The Daily Rip, um programa matinal bem-humorado apresentado por Brie (Cate Blanchett) e Jack (Tyler Perry). A apenas seis meses da colisão, chamar a atenção da mídia e de um público obcecado pelas redes sociais se mostra um desafio chocantemente cômico - o que será preciso fazer para o mundo apenas olhar para cima?
Trailer:
Eu amei esse filme!
ResponderExcluirEu gosto muito de como ele é realista. Ele consegue ser engraçado e desesperador pelo mesmo motivo. É exatamente o tipo de burrada que a gente faria.
Ótima resenha.
Beijinho.
Miranda Zero
https://cosplaytime.com.br
Obrigado pelo feedback Miranda, curtimos muito seu site!
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