Novidades

THE BATMAN | Crítica do filme


Toda versão live-action do Batman sempre consegue trazer algo novo para o personagem. Da versão humorística de Adam West na década de 60, a evolução mais sombria e fundamentada que vemos na trilogia de Christian Bale e até a performance divisiva e mais raivosa de Ben Affleck, sempre há um elemento introduzido que tenta manter o público envolvido em cada nova apresentação do Homem-Morcego. Em “The Batman” isso não é diferente, já que a atuação de Robert Pattinson como o Cavaleiro das Trevas prova ser uma das melhores performances do Batman até hoje.

No longa, vemos Bruce Wayne (Pattinson) tendo sido nosso herói titular por dois anos e que acaba cruzando o caminho de um serial killer apelidado de Charada (Paul Dano). Com a ajuda do tenente James Gordon (Jeffrey Wright) e da ladra Selina Kyle (Zoe Kravitz), Batman embarca em uma missão para descobrir a identidade do Charada e parar a ameaça iminente que paira sobre Gotham City.

A atmosfera deste filme é muito escura e opressiva. Desde o início somos apresentados a uma cidade onde o crime é comum e a verdadeira justiça é escassa. Isso não é novidade para quem está familiarizado com o material original nos quadrinhos, mas o filme consegue transmitir a desolação desta cidade através de uma cinematografia magistral de Greig Fraser. Quase todo o filme se passa à noite, onde a escuridão sufoca quase todos os postes de luz e figuras como o nosso querido Batman são ainda mais aterrorizantes ao emergir das sombras.

A visão de Robert Pattinson sobre o Cavaleiro das Trevas se encaixa perfeitamente neste mundo, onde vemos um homem tão quebrado por seu passado que seu estado depressivo permanece mesmo fora da capa e do capuz. Esta é uma representação que pode não ser adequada para todos que esperam ver a persona do “Bruce Wayne playboy e bilionário” de retratos anteriores, mas acredito que com o andar desta nova franquia do Morcegão, essa visão popular será representada futuramente.

Além da boa atuação de Pattinson, o desempenho de Paul Dano como o Charada acaba nos dando um vilão muito sinistro e capaz de fazer o inesperado, ao mesmo tempo em que dá seus enigmas de assinatura para acompanhar cada assassinato que ele comete. Ele é o único que realmente corresponde ao Batman em um nível intelectual e Paul Dano apresenta um retrato que até ameaça superar o próprio herói ao rivalizar de forma filosófica e cerebral. Mesmo tendo uma aparição em poucos momentos, Colin Farrell surpreende em uma boa atuação como o Pinguim, a transformação física em uma maquiagem pesada é digna de elogios.

A qualidade da trilha sonora do filme não pode ser subestimada, pois Michael Giacchino nos dá uma sonoridade tão pensativa quanto o nosso protagonista, ao mesmo tempo em que nos mantém esperançosos em seus momentos mais contemplativos. O filme tem um ritmo deliberadamente lento, envolvente e que instiga para gerar ao espectador que suas representações funcionam em grande parte a seu favor, embora possa entediar por quem espera mais ação, pois o trabalho de detetive do Batman é mais forte em comparação com outras exibições resultando em muitas cenas de diálogos que acabam nos dando a visão do processo de pensamento do Batman.

No geral, The Batman poderá ser um pouco longo para alguns, mas as performances fortes, os easter-eggs convidativos e o cenário muito mais misterioso e belo resultam em uma das maiores demonstrações de exploração e atuação do material rico envolvendo o popular super-herói.

Nota: 4,5/5

Sinopse:

Após dois anos espreitando as ruas como Batman, Bruce Wayne se encontra nas profundezas mais sombrias de Gotham City. Com poucos aliados confiáveis, o vigilante solitário se estabelece como a personificação da vingança para a população.

 

Trailer:


Continue ligado no Nerdview nas redes sociais, estamos no Facebook e Instagram.

2 comentários:

  1. Filme muito bom mesmo, vou deixar aqui minhas notas e pensamentos sobre The Batman.
    Enredo: Achei uma boa trama, história bem construída e amarradinha, mas já estou meio cansado de "filmes de origem" do Batman e volta e meia algo se voltar a Thomas e Martha Wayne, mas como um primeiro filme, com um herói com apenas 2 anos de "vida noturna", fica aceitável... Espero que filmes futuros deixem o passado do Batman, mesmo que importante para construção do personagem, longe do protagonismo na trama central do roteiro. A fotografia de Gotham é simplesmente fantástica, traz todo o ar sombrio e sufocante que a cidade precisa ter, merece muito, mas muitos elogios.
    O filme conta comm ótimas atuações, em especial para Pattinson, Paul Dano, Jeffrey Wright e Colin Farrell. Os demais personagens não roubam a cena positiva ou negativamente, mas cumprem bem com o papel e deixam os demais brilharem (sem trocadilhos). As cenas de luta do Batman estão fantasticamente coreografadas e a perseguição com o Batmóvel foi incrível. Pontos negativos pra mim ficam por conta das cenas da Mulher-Gato, não gostei em especial das cenas de luta dela, achei que ficaram muito artificiais, nao parecendo nada reais. Também o romancinho do Batman com a Selina também pareceu bastante forçado para um primeiro filme, talvez desenvolver isso em futuras sequências seria melhor.
    é ótimo ver finalmente um Batman detetive, mesmo que esse ainda não seja o maior detetive da DC por estar em inicio de carreira, vemos potencial para o personagem evoluir demais. Com certeza, essa é uma das melhores encarnações do Batman.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu particularmente não me incomodei em apontar os pais dele, especialmente porque foi contado de outra maneira e mostraram que eles realmente não são os "santos" como o Bruce sempre achou. Outra coisa em relação do relacionamento do Batman com a Mulher-Gato eu gostei, a relação deles é essa, provocante e de interesses e vai ser sim desenvolvido nos próximos filmes.

      Excluir